
Em dezembro fui ao casamento de um amigo brasileiro com uma garota americana. Os convites chegaram nos moldes brasileiros, em cima da hora. O vestido da noiva ficou pronto tres meses antes, como convem aos americanos. O culto foi proferido em duas linguas, mas a traducao mais fiel ficou por conta do pai do noivo, que ainda se arrisca pouco no ingles. Quando o pai da noiva, nao sem antes agradecer a participacao de todos, anunciou formalmente aos presentes que o jantar seria servido no salao de recepcao no andar de baixo e que entao estavam convidados para se juntar aos noivos, o interprete se apressou em traduzir a mensagem em poucas palavras: a boia vai ser servida la embaixo , o que gerou gargalhadas, ate hoje nao compreendidas, pelos convivas nativos. Mas o detalhe mais encantador ficou por conta dos saquinhos de alpiste, devidamente decorados com lacinhos da cor das toalhas de mesa, dos adornos e dos vestidos das damas, distribuidos entre os amigos que se enfileiravam na porta da igreja a espera da saida dos noivos. Vi que todos se preparavam para lancar o conteudo do saco sobre o novo casal, que ja se aproximava. Me perguntei se arroz nao seria mais apropriado,como reza a tradicao. Mas quem se importa? Pude ouvir a mae da noiva comentar que, em minutos, os passarinhos comeriam o alpiste entao atirado, que formava um tapete no chao, o que pouparia alguem do trabalho de ter que varrer os milhares de graos que choveram das maos que desejavam toda sorte de felicidade aos pombinhos; àqueles que acabaram de casar e aos que viriam para o banquete na calcada da igreja mais tarde.
Um comentário:
Adoro esta praticidade.
A vida as vezes já é tão complicada, então um pouco de pragmatismo até que ajuda. Principalmente nas horas de limpeza, cuidados com a casa e preparação de comida.
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