Eu nao sei voce, mas quando clico em alguns links recomendados nos blogs que visito, costumo ficar horas passeando de pagina em pagina sem dar uma respirada mais funda, que e pra nao fazer barulho e atrapalhar a concentraçao. Quanta coisa boa tem sido produzida em termos de imagem e escrita na blogosfera. Ate ai tudo bem, nao devo ser a unica deslumbrada de plantao. O problema e que me da logo vontade de contactar o autor, de fazer comentarios, trocar emails, virar melhor amiga. Tenho que me controlar para nao convidar o individuo para tomar um cafe comigo, esteja ele morando em Portugal ou no Canada.
Coisa interessante este mundo que a gente nao pode ver, mas parece poder definir tao bem a patir das relacoes que se estabelecem de uma maneira tao particular. É intrigante descobrir e trocar ideias com pessoas que provavelmente voce nunca venha a ver, mas parecem tao intimas. Ideias que nao tem necessariamente rosto, voz, ou nacionalidade, mas que falam de tudo isso nas entrelinhas. Pessoas como voce, algumas sem nenhuma pretensao literaria, dispostas de uma forma tao generosa na malha virtual, ao alcance de maos que correm soltas nos teclados do
mundo inteiro, 24 horas por dia, sem restriçoes de sexo, idade, raça, condiçao social.
Mas o melhor de tudo e que voce pode passear anonimo pelas paginas dos blogs, embora nao impune. Podera, se preferir, tecer elogios, fazer comentarios e tambem divulgar suas proprias ideias. As relacoes desta ordem costumam ser carregadas de gentilezas. Quem precisa de um inimigo virtual? Nao da para pedir dinheiro emprestado, é vero, ou esperar que o entao amigo tire voce de uma roubada em tempo real. Em compensaçao nao se tem acesso as eventuais crises de mal humor, problemas existenciais, ressaca, dor de cotovelo, a nao ser travestidos de letras. E, se achar que nao vale a pena manter a amizade, por mais longa que seja, e so deletar o link de seus favoritos. Seu amigo nem vai perceber.
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