Bem que resisti à idéia de trocar meu celular. Simplezinho, atendia a todas as minhas necessidades, afinal sou do tempo em que telefone se prestava meramente a mediar conversas entre as pessoas. E olha que isso já foi tarefa nada fácil. Entre ruídos costumeiros e linhas cruzadas, as conversas telefônicas de outrora exigiam, no mínimo, paciência. Ligações interurbanas então, levavam horas para serem completadas. Primeiro você tinha que ligar para uma central onde uma telefonista anotava o número desejado e com quem você queria falar para fazer a ligação. Depois ligava de volta pra você e o colocava em contato com o interlocutor. Considerando que o mesmo poderia estar ausente ou ocupado, às vezes a gente até esquecia que estava esperando um retorno e, ligação feita, nem lembrava mais o que tinha pra falar com o sujeito. Avanço tecnológico no passado já atendeu pelo nome de DDD, Discagem Direta à Distância.
Depois disso, novidade era comprar telefones que não fossem os pretos básicos e pesados e mais tarde os beges e até vermelhos, todos, vistos de hoje, na minha opinião, um charme. Quem viajava pro exterior, pro vizinho Paraguai que fosse, trazia na certa um exemplar engraçadinho de telefones fora do padrão, estes nem sempre eficientes na arte de se fazer ouvir. No final acabavam mesmo como decoração na cabeceira do quarto.
Pouco a pouco os telefones com disco foram substituídos pelos de tecla, embora ambos tenham atravessado décadas juntos. Vamos combinar que o barulhinho do disco girando e voltando ao ponto inicial , número a número, era irresistível.
Mas chique mesmo passou a ser possuir um telefone sem fio e andar pela casa desfiando conversas intermináveis, tomando o cuidado de evitar algum cômodo onde o mesmo não funcionava bem; a gente nem sabia, mas já estava ensaiando para aturar o incoveniente fato de estarmos quase sempre "fora da área de cobertura" tempos mais tarde. As mesinhas com cadeirinha de lado, concebidas para portar o telefone, o catálogo, o livrinho de endereços e o bloco de papel de anotações com uma canetinha do lado viraram peça de museu. Mas durante algum tempo, a tal mesinha e os primeiros celulares chegaram a flertar. Devido ao tamanho e às limitações dos primeiros exemplares, na primeira chance, corria-se para casa em busca da antiguidade, onde repousava um também avantajado carregador que garantia mais algumas poucas horas de papo.
Hoje, depois de quinze anos enfrentando áreas de coberturas descobertas, números de barras (in)disponíveis, aparelhos que cabem na palma da mão e se perdem nos vãos das bolsas, clones de câmeras fotográficas aos montes em shows ao vivo, exercícios de flexão em locais improváveis em busca de conexão, ringtones de gosto duvidoso tocando em momentos nada apropriados, alunos ávidos teclando embaixo da carteira enquanto fingiam prestar atenção à minha aula duramente planejada...vejo que ainda não vi nada. Pelo menos nada igual ao que meu smart phone promete. Sim, ele calcula, desperta, dispõe de mais de mil músicas de minha preferência, faz anotações, grava, filma, tira fotografias de qualidade bem razoável, orienta com precisão aonde vc está e como chegar ao destino desejado, sugere eventos, indica restaurantes e lojas, teatros e atrações locais, dá acesso à internet, oferece jogos diversos, informa a temperatura e o dia da semana, a cotação do dólar, o índice dow jones, se faz alvo incansável de torpedos, e, ainda por cima, faz ligações. Imbatível, ele vibra intensamente.
Se você não tem tempo de voltar para os bancos escolares e/ou o parceiro não é uma Brastemp, tenta um IPhone; eu recomendo.
Depois disso, novidade era comprar telefones que não fossem os pretos básicos e pesados e mais tarde os beges e até vermelhos, todos, vistos de hoje, na minha opinião, um charme. Quem viajava pro exterior, pro vizinho Paraguai que fosse, trazia na certa um exemplar engraçadinho de telefones fora do padrão, estes nem sempre eficientes na arte de se fazer ouvir. No final acabavam mesmo como decoração na cabeceira do quarto.
Pouco a pouco os telefones com disco foram substituídos pelos de tecla, embora ambos tenham atravessado décadas juntos. Vamos combinar que o barulhinho do disco girando e voltando ao ponto inicial , número a número, era irresistível.
Mas chique mesmo passou a ser possuir um telefone sem fio e andar pela casa desfiando conversas intermináveis, tomando o cuidado de evitar algum cômodo onde o mesmo não funcionava bem; a gente nem sabia, mas já estava ensaiando para aturar o incoveniente fato de estarmos quase sempre "fora da área de cobertura" tempos mais tarde. As mesinhas com cadeirinha de lado, concebidas para portar o telefone, o catálogo, o livrinho de endereços e o bloco de papel de anotações com uma canetinha do lado viraram peça de museu. Mas durante algum tempo, a tal mesinha e os primeiros celulares chegaram a flertar. Devido ao tamanho e às limitações dos primeiros exemplares, na primeira chance, corria-se para casa em busca da antiguidade, onde repousava um também avantajado carregador que garantia mais algumas poucas horas de papo.
Hoje, depois de quinze anos enfrentando áreas de coberturas descobertas, números de barras (in)disponíveis, aparelhos que cabem na palma da mão e se perdem nos vãos das bolsas, clones de câmeras fotográficas aos montes em shows ao vivo, exercícios de flexão em locais improváveis em busca de conexão, ringtones de gosto duvidoso tocando em momentos nada apropriados, alunos ávidos teclando embaixo da carteira enquanto fingiam prestar atenção à minha aula duramente planejada...vejo que ainda não vi nada. Pelo menos nada igual ao que meu smart phone promete. Sim, ele calcula, desperta, dispõe de mais de mil músicas de minha preferência, faz anotações, grava, filma, tira fotografias de qualidade bem razoável, orienta com precisão aonde vc está e como chegar ao destino desejado, sugere eventos, indica restaurantes e lojas, teatros e atrações locais, dá acesso à internet, oferece jogos diversos, informa a temperatura e o dia da semana, a cotação do dólar, o índice dow jones, se faz alvo incansável de torpedos, e, ainda por cima, faz ligações. Imbatível, ele vibra intensamente.
Se você não tem tempo de voltar para os bancos escolares e/ou o parceiro não é uma Brastemp, tenta um IPhone; eu recomendo.
6 comentários:
Há bem pouco tempo ganhei um destes de uma amiga, a Alissandra. Juro que na hora me entusiasmei por 10 min. Mas qdo fui faze a primeira ligação meu suplicio começou. Não foi tão fácil como pensei visto que minha coordenação motora é muito ruim e ai eu apertava sempre em um lugar errado no touch screen acontecia algo inesperado. Foi ai que postei na lista dos bolsistas: EI COMO EU FAÇO PRA LIGAR NESSE TROÇO? A resposta foi pior que a pergunta: Ei tia vc tem um iphone e quer só ligar?...(Essa foi da Carol)
Logo eu? Sempre afeita a tecnologias. Como não saber usar um trocinho desses. Ainda não uso todos os recursos, mas o fato dele desafiar minha pessima coordenação motora me faz prever que logo que a Camila volte mudarei de celular pois com certeza ela vai querer trocar. E sabe: acho que vai ser um prazer. lol
Ainda bem que você tem uma Brastemp...
...uma Brastemp e um IPhone! Quanto privilégio!
Que coincidência!!! No meu tempo era assim tbm,rs. Isso me fez lembrar uma música q era mais ou menos assim:
"O telefone chora e ela não quer falar,pra que dizer te amo se ela não vem me escutar..." Tdo a ver e nada a ver,né? Amo o q vc escreve profa querida!!!!!!!!!!! Bjs!!!
Devo confessar que se não tivesse dado o meu antigo celular para um dos estagiários que estava sem nenhum, eu juro que ia voltar a usa-lo. rs...Foi apenas isso que não me fez desistir.
Adriana,
Não tenho um desses, mas acho que cada dia escreve melhor...
Como alguém fala de telefone e consegue prender minha atenção, que não gosto de ler(que é uma pena claro, mas cada um tem seu gosto.
Tinha parado um pouco de ver o que vc tem escrito, mas sempre que volto, não me decepcione, pelo contrário, vejo que vc continua quase um smart Phone...kkkkk
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