Ando chorando à toa, no estilo kit completo, com nó na garganta, lágrimas e tudo. Se passar propaganda de campanha humanitária na TV é tiro certo, assim como filmes em que os desvalidos atropelam todos os obstáculos e ascendem socialmente ; adoro ficção. Fotos e emails, cartas e telefonemas também rendem bons soluços, mas nada é mais contundente que ouvir música brasileira. Ontem dirigi uma hora e meia até uma cidade vizinha e levei Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Gal Costa comigo; cantamos durante todo o trajeto e, claro, os olhos chegaram a marejar algumas vezes.
Há duas semanas tive o prazer de assistir a um espetáculo de jazz
em uma universidade próxima onde músicos brasileiros apresentaram a bossa, que permanece nova, aos gringos da região. Tudo regado a feijoada, arroz, pudim de leite condensado e cafezinho, uma delícia. Não faltou a Garota de Ipanema cantada por uma americana, e foi aí que eu chorei. Eu que cresci cantarolando música americana, mesmo quando não entendia nada do que era dito, me sensibilizei ao caminhar na contramão, ouvindo a voz suave da garota, que nunca foi a Ipanema, cantando com maestria a melodia tão familiar. Sem falar que dois dos músicos, fabulosos, há bem pouco tempo atrás, corriam no pátio do Colégio Batista e me chamavam de tia. Felizmente aprendi a usar o rímel à prova d'água.
Picture by Ana Augusta
3 comentários:
Driiiii,
Denis manda um abraco,diz que gostou dos textos e que eh seu fa.Qto a mim,seus textos me fazem viajar.Aprecio demais!!!
Ana:)
Que lindo Dri... acho que tambem to chorando por qualquer coisa... principalmente quando vejo voces!!!!
O melhor lugar do mundo parece que não é aqui e nem lá...e ai essa misturada toda que mexe com nós imigrantes!! A gente tem tb um gosto musical semelhante...só faltou a Fatima Guedes. Dá uma ouvida no trabalho dela. É muito bom. abracos!
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