Brincar com as palavras sempre foi seu jogo favorito. Ainda pequena, me aventurava em uma busca incansável pelas estantes da biblioteca repleta de livros em busca de um pequeno exemplar de capa azul que guardava alguns dos poemas que gostava . Pouco entendia o código escrito e menos ainda o que dizia a mensagem travestida de signos, mas me rendia fácil a cadência das palavras que pareciam criar vida na medida em que você as recitava. Conheci o fascínio das histórias infantis que você criava, ambientadas no labirinto da imaginação. Voamos em um cavalinho misterioso que, quase todas as noites, se aproximava da janela, sem ter idéia de onde poderíamos chegar. Foi quando você me fez acreditar em sonhos e me encorajou a cultivar minhas próprias aspirações. Aprendi então a amar as letras e mais tarde o universo que habita as entrelinhas.
No entanto, logo percebi que a mais valiosa lição que aprenderia com você jamais seria proferida através das palavras. Sua atitude generosa como ser humano, o espírito conciliador, o posicionamento crítico, a dedicação ao trabalho, o respeito às diferenças, o amor incondicional aos familiares e amigos, revelados através de uma gentileza ímpar e um bom humor infindo, falavam por si. Com certeza, a forma equilibrada com que viu o mundo, sem se render aos sobressaltos dos extremos, mérito dos sábios, será ponto de referência para aqueles com quem conviveu.
Ficará a saudade de seu sorriso fácil, do abraço franco, da mente fértil, da maneira como incentivou a mim e a meus irmãos a nos valorizarmos e seguirmos confiantes rumo às nossas conquistas. Ficarão as fotos que contam sua história, as cartas e emails trocados, o livro que publicou. Sem dúvida, ficarrão as marcas indeléveis de sua presença em nossa vida, porque pessoas como você, pai, não passam.
Naquela última tarde no hospital, quando as palavras pareciam não dizer mais nada, soprei no seu ouvido a mesma música que, inúmeras vezes, cantou para me ninar. Com o auxílio majestoso de um doce violino, deixei que o som de Sertaneja o embalasse e então, desta vez, você dormiu. E descansou.
Agora, a saudade sussurra baixinho uma outra melodia, que canta uma certeza: aonde quer que eu vá levo você no olhar...
No entanto, logo percebi que a mais valiosa lição que aprenderia com você jamais seria proferida através das palavras. Sua atitude generosa como ser humano, o espírito conciliador, o posicionamento crítico, a dedicação ao trabalho, o respeito às diferenças, o amor incondicional aos familiares e amigos, revelados através de uma gentileza ímpar e um bom humor infindo, falavam por si. Com certeza, a forma equilibrada com que viu o mundo, sem se render aos sobressaltos dos extremos, mérito dos sábios, será ponto de referência para aqueles com quem conviveu.
Ficará a saudade de seu sorriso fácil, do abraço franco, da mente fértil, da maneira como incentivou a mim e a meus irmãos a nos valorizarmos e seguirmos confiantes rumo às nossas conquistas. Ficarão as fotos que contam sua história, as cartas e emails trocados, o livro que publicou. Sem dúvida, ficarrão as marcas indeléveis de sua presença em nossa vida, porque pessoas como você, pai, não passam.
Naquela última tarde no hospital, quando as palavras pareciam não dizer mais nada, soprei no seu ouvido a mesma música que, inúmeras vezes, cantou para me ninar. Com o auxílio majestoso de um doce violino, deixei que o som de Sertaneja o embalasse e então, desta vez, você dormiu. E descansou.
Agora, a saudade sussurra baixinho uma outra melodia, que canta uma certeza: aonde quer que eu vá levo você no olhar...