tag:blogger.com,1999:blog-216188082024-03-07T10:46:58.980-08:00AmericandoAmeRiCanDo: verbo reflexo; brincando de tomar modos americanos; buscando adaptar-se ao modo de vida americano, embora senhora de uma alma cosmopolita e apesar da saudadeAdriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.comBlogger161125tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-48919636116362813972016-06-01T09:01:00.003-07:002016-06-01T09:05:31.765-07:00Sobre a nem Sempre Confortável Zona de Conforto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2hDyAe45hWp2U0zNeH21wdjWimBk9zS08BrWx71cGa00Ok5GQvVU4gpULoRlR4_NelS0H0sC7hhIcOjSX-N8CIRWJg-PRYe34PT7qxOZW6mmqPTwStWSQe2ueSD5ezkfQeYkb/s1600/5-mentiras-que-o-mant%25C3%25A9m-preso-em-sua-zona-de-conforto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2hDyAe45hWp2U0zNeH21wdjWimBk9zS08BrWx71cGa00Ok5GQvVU4gpULoRlR4_NelS0H0sC7hhIcOjSX-N8CIRWJg-PRYe34PT7qxOZW6mmqPTwStWSQe2ueSD5ezkfQeYkb/s320/5-mentiras-que-o-mant%25C3%25A9m-preso-em-sua-zona-de-conforto.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Está bem, você já explicou e eu entendi que parece mais fácil
ficar onde está e com quem está, afinal de contas o cenário é familiar, os
personagens já se conhecem e, na medida do impossível, se suportam, quando não estão
se odiando. Isso vale pra casais, tanto quanto pra relações de trabalho, filhos
adultos, amigos, relacionamentos em geral. Mas não me venha falar de zona de
conforto quando o que você está fazendo é nada menos que destilar por aí o seu
desconforto. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A menos que você seja masoquista e passe a assumir isso publicamente,
ou mesmo para si ou ainda para o sujeito de suas queixas, vamos combinar que “zona
de conforto” não é exatamente o lugar em que você diz se encontrar agora.
Entenda-se por conforto, como bem rezam os dicionários, bem estar, aconchego.
Se não é isso que você sente ao explicar porque não se move rumo ao
desconhecido, vamos considerar que pode estar mesmo acostumado com o
desconforto. E isso acontece com mais frequência do que você e eu pensamos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Às vezes a gente pode não se dar conta que tem vivido sob o
signo do desconforto há um certo tempo. Muitas vezes acostumados a sermos
destratados, explorados, avacalhados, desprezados, a trabalharmos pra pagar as
contas e nada mais do que isso, a sermos avaliados de forma mesquinha, obrigados
a só dizer sim, a só recebermos amor e atenção em troca de algo, a (nos) perdermos,
a escorregamos nos tapetes indevidamente puxados… que qualquer coisa que sai
desse padrão parece pouco com a aquilo que chamados de zona de conforto. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não vamos entrar aqui no mérito das possíveis causas para
comportamentos do tipo. Isso a gente deixa pra os psicólogos decidirem, se é que
servirá para algo no futuro. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Se você suspeita
que a forma como seus pais o trataram ou deixaram de tratar foi ou é imperdoável,
que aquela professora que fez com que você copiasse a mesma frase 200 vezes o deixou
bloqueado, que seu primeiro chefe, que morria de inveja de você e por isso o
tratava com desdém, o impede de crescer profissionalmente, ou ainda que as
sequelas do último relacionamento <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>amoroso
o tornaram <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>escaldado, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>passe a duvidar de todas estas premissas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Isso mesmo, duvide. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bata o pé e diga a si mesmo que nada disso faz sentido. Que você
é capaz de resistir aos desafios naturais, e ainda, segundo Darwin, estará contribuindo
para que sua nova atitude seja herdada pelos seus sucessores, sem falar em seus
contemporâneos, que terão mais condições de sobreviver às intempéries da vida
do que os que se sentem confortáveis frente ao desconforto.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Portando, caso não consiga se mover em nome
de si mesmo ou si mesma, faça-o em nome da evolução da espécie. No final, todo
mundo sairá ganhando. Até você.</span> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<o:p><span style="font-family: "calibri";"> </span></o:p></div>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-64306676227796826492016-05-11T13:51:00.002-07:002016-05-11T13:51:50.827-07:00Depois do Foi Bom pra Você ?
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Então vamos
nós pra segunda parte da história, quando você terminou de viver um momento de puro êxtase, e reafirma <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“…então tá
combinado é quase nada...” </i>Volta pra casa sorrindo feito boba e passa o dia
transpirando<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>as emoções e o presente
basta em si mesmo. Sim foi bom, bem bom, pra mim. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Você se
sente grata por ter se permitido ser intensa, verdadeira, prazenteira.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Por reafirmar que sabe como conduzir horas
que sejam de puro deleite, sem cobranças, sem culpa, sem limites
desnecessários, e também com respeito e cafuné.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Até aí tudo bem, tudo sob controle. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Então uma
hora dessas você não resiste e deixa escapar que as lembranças continuam a
fazer festa em suas memorias (ahhhh, esses malditos aplicativos que mantêm a
proximidade ao alcance dos dedos!) e o lado de lá replica com a mesma
disponibilidade.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foi bom pra você, foi
bom pra ele. Mas e daí? <o:p></o:p></span></span></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsyDovJ3CPSxTPGGdXSw1DIMr2oysdub9_9dlBGe-QDDiq_fjnoIX8-hQsx70-xfJQHsRPb7kkVLQb1iFWvfWgmrdcnsionBm6MMPLydhtFkueZ9rQ5ZLdcgVJBvYs8BbOCxeZ/s1600/BLOG+Cara.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsyDovJ3CPSxTPGGdXSw1DIMr2oysdub9_9dlBGe-QDDiq_fjnoIX8-hQsx70-xfJQHsRPb7kkVLQb1iFWvfWgmrdcnsionBm6MMPLydhtFkueZ9rQ5ZLdcgVJBvYs8BbOCxeZ/s640/BLOG+Cara.png" width="492" /></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Daí que é sempre
bom ouvir os sinos dobrarem e as borboletas girarem no estomago, mas a questão é
que você passa a desejar mais. E haja borboletas e haja estômago. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Chega então
a hora que você descobre que esta brincadeira está tomando o seu tempo,
roubando seu juízo, ocupando um espaço na sua rotina que estava quase
totalmente voltado pras tempestades em copos d’agua que a assaltaram depois da
baixa de hormônios ou para a sua coleção particular de bichos de sete cabeças. Sorte
sua. Mas, imagina você, se agir rapidamente, dará tempo de retomar o controle
da situação . Faça me rir. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">No máximo dá
pra elaborar um discurso do tipo “deixa ver no que vai dar”. E aí, depois de mandar
ver um papo reto com seu alter ego, vem um apelo: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">deixe</b>. Deixe que as coisas se estabeleçam sem que você tenha que
traçar um plano, seja de fuga ou de ataque. Deixe que os sentimentos se
misturem e não se expliquem e te tirem do sério e desequilibrem tudo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Deixe que o sabor da brincadeira te surpreenda
e sapateie sobre as suas verdades. Desapegue de suas crenças baseadas em amores
antigos ou recentes que sejam. Resista à tentação de perguntar à sua melhor
amiga o que acha que você deveria fazer; ela também vai fingir que sabe como
escapar ilesa de armadilhas do tipo. Não perca seu tempo e nem seu crédito com
o divino fazendo promessas que você sabe que não vai cumprir, do tipo “esta é a
ultima vez que…”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Enquanto
isso, aproveite as boas vibrações do momento pra contagiar a sua rotina de novas
conquistas. Se de fato você fizer questão de manter alguma coisa sob controle,
que seja sua vida profissional, seu orçamento doméstico, sua relação com os que
lhe são caros e com você mesma. Caso não viva sem fazer planos, que se empenhe
em planejar sua próxima viagem de férias, aquele salto na carreira que passa
pela aprendizagem de uma nova língua ou coisa que o valha. Se não sobrevive sem
fazer promessas, que foque naquelas que você fez no início do novo ano, que
incluiu, com certeza, dar início a um programa de atividades físicas ou uma
dieta mais saudável em que você troca sem tanto esforço arroz por quinoa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Fora
isso, caro leitor, qualquer mania de explicação vai tornar você um arremedo de
si mesmo. E, vamos combinar, a gente já não tem mais idade pra isso.</span> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="color: #414d4c; letter-spacing: -0.75pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-font-kerning: 18.0pt;"><span style="font-size: small;">Picture: </span><a href="http://lautaromoreno.deviantart.com/art/PopArt-Cara-Delevingne-545539881"><span lang="EN-US" style="color: #121516; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;"><strong>Pop Art Cara Delevingne</strong></span></span></a></span><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: small;"><b><span style="color: #414d4c; letter-spacing: -0.75pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-font-kerning: 18.0pt;"> <span lang="EN-US">by </span></span></b><b><span style="color: #414d4c; letter-spacing: -0.75pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-font-kerning: 18.0pt;"><a href="http://lautaromoreno.deviantart.com/"><span lang="EN-US" style="color: #121516; mso-ansi-language: EN-US;">lautaromoreno</span></a></span></b><b><span lang="EN-US" style="color: #414d4c; font-size: 10pt; letter-spacing: -0.75pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-font-kerning: 18.0pt;"><o:p></o:p></span></b></span></span></span><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-size: 10pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><a href="http://lautaromoreno.deviantart.com/art/PopArt-Cara-Delevingne-545539881"><span style="color: #3b5a4a; font-family: Calibri;">http://lautaromoreno.deviantart.com/art/PopArt-Cara-Delevingne-545539881</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-77409870894313356762016-04-22T09:01:00.001-07:002016-04-22T09:46:23.310-07:00Aos Escaldados<br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "times new roman";">
</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "times new roman";"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIJJ-NFKmm0VgtflVWf5TCzjrAlospQv279OkVMcWzxNiNNATc0K5ZHFHjYnaa0aEaFhHvurnZc81SbltzYBb7vpMsrbt0xpMiW1khPFBOLf-Q_0LIRzWD__Qju1sX3Fl9XexI/s1600/86be55ac53d2c6411c53f274b944678f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIJJ-NFKmm0VgtflVWf5TCzjrAlospQv279OkVMcWzxNiNNATc0K5ZHFHjYnaa0aEaFhHvurnZc81SbltzYBb7vpMsrbt0xpMiW1khPFBOLf-Q_0LIRzWD__Qju1sX3Fl9XexI/s320/86be55ac53d2c6411c53f274b944678f.jpg" width="226" /></a></span></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
<br />
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
<span style="font-family: "times new roman";">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Depois das 50 primaveras, não tem como ser diferente: nos
tornamos escaldados. Já passamos dificuldades, experimentamos dissabores e então
redobramos os cuidados pra que aquele sofrimento de outrora não nos roube o juízo
mais uma vez. Não adianta. Mesmo que agruras semelhantes nunca venham a se materializar,
o sentimento de que elas possam voltar e detonar o nosso (pseudo) equilíbrio é
recorrente e muitas vezes nos torna escravos de um temor que entorpece. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "times new roman";">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Deve ser por isso que os consultórios psicológicos estão
lotados de senhores e senhoras de meia idade e as happy pills venham sendo
consumidas como nunca. Nada contra nem um nem outro. Eu mesma sou adepta de
ambos e posso garantir que, junto a outras estratégias de sobrevivência,
funcionam muito bem. Mas enquanto escaldados, nos fazemos reféns de um
comportamento que se solidificou no passado e nos acompanha em situações que
nada têm a ver com o que eventualmente aconteceu. E mesmo que tenham, são de
fato outras circunstâncias. Mas vai explicar isso pro seu superego repressor. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "times new roman";">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Vou ilustrar. Um dia um companheiro de longas datas decide
ir embora sem dizer adeus. Sem mágoas implícitas; foi bem assim que aconteceu e
já passou. Anos depois você se vê evitando relacionamentos duradouros que é pra
manter o controle da situação. Pra não ver mais ninguém indo embora de fininho
sem explicação plausível, afinal nem tem dado chance de um transeunte desavisado
entrar de verdade em sua rotina por horas extras que sejam. Viver o momento é a
máxima, não foi pra isso que você começou a meditar? Tudo sob controle, imagina-se,
a não ser pelo fato da gente se acostumar a dormir com o medo de sofrer outra
vez. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "times new roman";">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Então você descobre que vai sim sofrer outra vez. E outra
e mais outra. Porque sem dar a cara a tapa a vida se torna muito previsível e
desinteressante. E descobre também que este sofrimento é inédito, não tem nada
a ver com o que passou, e vêm junto com uma série de novos prazeres, quase
todos imperdíveis. E que eles têm um preço. E que ao mesmo tempo também podem
ser fortuitos e gratuitos. E que você não vai entender nada realmente sobre o
que está passando e vai querer explicar o inexplicável. E não vai conseguir. Dai
vai lembrar que já passou dos 50 e que isso pouco importa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "times new roman";">
</span></span>Picture: <a href="https://br.pinterest.com/pin/398709373232759326/">https://br.pinterest.com/pin/398709373232759326/</a><br />Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-71275873304759961022016-04-21T16:38:00.001-07:002016-04-22T06:14:24.535-07:00Sim, Somos Belas<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrcmej4A_0JT3GVKxlEmsRlDBcBmwmWjX4INNuf6SzpFPOWt_ofuAmJ8SGQHsXAO-B4Rem3HwMa2ZGYsTF5lCkCTlDm_D0vdxJ2-euJAvWoWGTFevMf56Qrlx91Akdwi427RkC/s1600/livre-respeitada-e-do-bar-ruth-manus-660x440.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrcmej4A_0JT3GVKxlEmsRlDBcBmwmWjX4INNuf6SzpFPOWt_ofuAmJ8SGQHsXAO-B4Rem3HwMa2ZGYsTF5lCkCTlDm_D0vdxJ2-euJAvWoWGTFevMf56Qrlx91Akdwi427RkC/s320/livre-respeitada-e-do-bar-ruth-manus-660x440.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<o:p><span style="font-family: "calibri";"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Minha mãe bem me avisou, enquanto me descabelava para por
em dia as matérias escolares às vésperas de um vestibular, almejando uma
carreira profissional promissora que me garantisse um oficio digno e bem
remunerado, que o melhor emprego era mesmo um bom marido. Claro que não se
referia a um homem belo, recatado e do lar, pois estes predicados eram
certamente restritos, nos idos anos 80, às mulheres casadoiras.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Provocada, promovia discursos em que quase sempre terminavam
com uma exclamação indignada da genitora, que dizia: “esta tem cabelinho na
venta”, e completava “vai chorar lágrimas de sangue”. Mesmo quando não era
capaz de entender o que o tal cabelinho na venta significava pra valer, me
negava a aceitar que algo muito ruim estava necessariamente destinado àquelas
mulheres que ousassem transgredir a ordem de um tempo que já havia passado.
Teimosa, paguei pra ver. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">As lágrimas de sangue acabaram por vir, pra mim, pras
recatadas e recatados ou muito pelo contrário, obviamente por motivos distintos.
Não me consta que alguém escape das agruras inerentes `a nossa condição de
passageiros de uma fração do tempo, sejamos nós do lar ou não.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A propósito, sou do lar, ou melhor, dos lares.
Embora tenha vivido até então em 28 moradias ao longo de um pouco mais <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de meio século e investido firmemente no
sonho da asa própria, me divirto em distribuir cores pelos vãos da sala de
visitas, criar sabores inusitados na cozinha que me cerca e onde são mais que
bem-vindos aqueles que prezo, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>organizar
em caixinhas de todos os tamanhos minhas
bugigangas e papéis que contam histórias. Sem falar que sinto prazer em perfilar os livros que mais gosto em estantes, mesas de
cabeceiras e banquinhos ao redor da casa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas sou também da rua; adoro bater perna sem
rumo e nem hora pra voltar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Agora, vamos combinar que, recatada, nunca fui. E que, não
sei porque, é impossível lembrar de um momento sequer em que o tal recato tenha
me feito falta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Me ressentiria por certo
caso o respeito ao próximo, a integridade e a capacidade de me maravilhar, traços
de caráter que admiro, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>fugissem de minha
alçada. Mas o recato, confesso, muitas vezes me assusta. Especialmente quando é
indicado como sinônimo de decência, honestidade e decoro e então usado
convenientemente por homens e mulheres para legitimar as suas próprias faltas. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Recato nada tem a ver com o empenho em proteger a sua
própria reputação, como rezam os dicionários. Ao contrário, pode mesmo
comprometê-la seriamente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Com quantas
chicotadas se faz uma mulher recatada? Com quantos mil reis? Quantos segredos
se escondem sob mantos, vestidos compridos e véus? Quantos centímetros de pele
expostos para justificar um estupro?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quantos
sins ainda serão proferidos no lugar da vontade de dizer não e vice versa? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Não foi à toa que virei noites a fio e bati boca pra me
livrar de um estigma que ainda compromete o caminhar de tantas mulheres ao redor do mundo e sobrevive, muitas vezes impune, nos porões de sociedades machistas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não foi à toa que encorajei minha filha a valorizar
a sua própria existência e seus desejos e se lançasse em busca de sua
plenitude, mesmo quando a sociedade parecia não estar de acordo com suas
escolhas. Não, não foi à toa que mostrei a meu filho que por trás de toda aparente fragilidade feminina há um admirável
e incessante ser que pulsa e pensa, se supera e move o mundo; e não foi com
palavras que isso se deu. Não é à toa que sou grata a meu pai por não permitir que
eu me rendesse a normas descabidas que me desvalorizassem como ser humano e a
minha mãe que, finalmente, se convenceu que minhas escolhas eram legítimas,
embora não convencionais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="font-family: "calibri";">Sim, somos belas. A revelia do que escolhemos para vestir e
de como construímos e recriamos relações baseadas no respeito mútuo, na forma
como nos lançamos sobre os nossos sonhos e buscamos o próprio prazer, na
maneira como nos desdobramos em facetas que se sobrepõe e nos fazem
encantadoras, mesmo quando exaustas. Podemos ser do lar ou não, desde que isso
nos dê e gere satisfação e intensifique a nossa plenitude. `As recatadas de
plantão, minhas desculpas, mas não me representam. <o:p></o:p></span></div>
<o:p><span style="font-family: "calibri";"></span></o:p><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "calibri";">"Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o
mundo. <br />
(...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui
caleidoscopicamente registro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "calibri";">Sou um coração batendo no mundo."<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "calibri";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Clarice Lispector<o:p></o:p></span></div>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-74112978364155126552014-11-09T08:38:00.000-08:002014-11-09T08:44:40.110-08:00Sobre o Suposto Orgulho Hétero- Para além da semântica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDjMPq0covq0qE1cIIDPP0C6G87gURZdLgpnYvKkuZT6S1I7isFeG4xJTjJVJvxTua2SeNRRGDTddwe63oy-I8N94BaG-RQlKYVRyFSImOYYczBB2q5UiHatgFsXUzS4qh-zZ0/s1600/Orgulho+hetero.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDjMPq0covq0qE1cIIDPP0C6G87gURZdLgpnYvKkuZT6S1I7isFeG4xJTjJVJvxTua2SeNRRGDTddwe63oy-I8N94BaG-RQlKYVRyFSImOYYczBB2q5UiHatgFsXUzS4qh-zZ0/s1600/Orgulho+hetero.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 8pt;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Amizade a parte, meu caro amigo, preciso
falar-lhe a respeito do que vem chamando de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">orgulho
hétero.</i> Mais que uma inadequação semântica, pasme, o que você sente não é
orgulho. Você se sente aliviado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 8pt;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sentir atração pelo sexo oposto não é necessariamente
uma escolha sua, assim como nunca foi escolha minha. Desde sempre nos
identificamos com os personagens héteros, esmagadora maioria, que habitam os
livros, a telona, a telinha, os almoços de domingo dentro dos armários... as
historias em quadrinhos. Por isso e por uma série de outros motivos do gênero, não
senti uma vez sequer orgulho por ficar arrepiada ou enrubecida diante de um
exemplar da espécie masculina que me causou interesse, este muitas vezes inexplicável.
O máximo que tive que driblar foi a falta de cerimônia de alguns palpiteiros de
plantão a comentar sobre a quantidade e/ou qualidade de meus relacionamentos,
todos eles héteros. Repito, não vejo como posso ter sentido orgulho por não ter
me apaixonado pela filha da vizinha ou uma colega de classe.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Isso simplesmente nunca me ocorreu, simples
assim. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 8pt;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Por outro lado, observei comovida a história
de amigos e familiares que, ao contrário do que eu havia experimentado, sentiam
atração pelo mesmo sexo e muitas vezes desdobravam-se em culpas e desculpas
para explicar e justificar o que nem eles conseguiam a princípio entender. Sim,
era um alivio não ter que mentir para mim mesma e para os que me cercavam sobre
minha orientação sexual. E que bom poder demonstrar carinho explicitamente em
qualquer lugar por onde passava com o sujeito do meu amor. Que delícia sonhar
com uma família igualzinha aquela que via nas propagandas de margarina: pai, mãe
e filhos, uma menina e um menino, já repletos de nomes imaginados quando eu
ainda era adolescente. Sim, um verdadeiro alivio. Orgulho nunca. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></span></span><br />
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Orgulho tenho eu de meus feitos duramente
conquistados. Daquilo que a princípio parecia ser impossível realizar e que,
determinada, fiz acontecer. Orgulho sinto quando penso nas vezes que resisti
aos apelos da maioria e mantive no bolso todas as pedras feitas pra atirar
sobre o meu próximo, estivesse este próximo ou não; por não me sentir impelida
a explicar aos entes queridos que, sim os amo, mas não amo as suas escolhas; por
não me dar ao direito de decidir se amo ou não as escolhas que não são definitivamente
da minha conta. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 8pt;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Muitas vezes também sinto alivio. Alivio
por não trazer comigo a marca do ódio e da intolerância, por ter aprendido em
casa a amar incondicionalmente; por ter nascido em uma família e conviver com
um grupo de amigos que, em sua maioria, não sente orgulho daquilo que não fez
por onde merecer. Alivio por ter tido a chance de conhecer por dentro muitos armários
abertos e por, muito cedo, ter descoberto que aqueles que o habitaram um dia são
tão dignos de respeito e de admiração quanto os que cresceram fora dele. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 8pt;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E você, caro amigo, ainda que aliviado, bem
que podia começar a pensar em sentir orgulho um dia por ter se permitido lançar
um novo olhar sobre as diferenças e passar a distribuir promessas rumo a um mundo
plural. Isso sim, seria um alivio! <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-76104965078774990242013-12-22T16:36:00.001-08:002013-12-23T11:22:25.624-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-GuYhhTVvUCg/UreBG4t5gmI/AAAAAAAAA7E/9ZTSR8G4ICk/s1600/13+-+1" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-GuYhhTVvUCg/UreBG4t5gmI/AAAAAAAAA7E/9ZTSR8G4ICk/s320/13+-+1" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.5pt; line-height: 115%;">Querido Papai Noel<br />
<br />
Este ano não vai ter presente; não fui uma boa menina, eu sei. Mas mesmo
assim segue esta cartinha, que é pra não parecer que guardo rancor do ano que
passou.<br />
<br />
O senhor já se desculpou por não ter trazido o que me prometeu no ultimo Natal.
Sei que andou de fato ocupado e que reconhece que fui obediente anos e anos a
fio e por isso merecedora de um saco repleto de desejos. Mas a mania de colocar
a culpa nas renas, na verdade desta vez não me pareceu muito convincente. Isso é
que dá ser metida a boazinha, todo mundo acha que pode usar as desculpas mais
esfarrapadas pra justificar seus feitos e mal feitos. <br />
<br />
Porém, como já disse mágoas a parte, este ano, Papai Noel, não tem discussão;
vamos direto ao ponto. Na falta de presentes- já disse que sei não merecê-los,
me traz um saco bem grande, mas dessa vez cheio de futuros, assim mesmo no
plural, que e o que convém as meninas que ainda sonham acordadas.<br />
<br />
Sinceramente,<br />
<br />
Adriana<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.5pt; line-height: 115%;"><br />
P.S. Nem precisa embrulhar pra presente, que é pra eu usar assim que
acordar.</span><o:p></o:p></div>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-59800279685842053652013-12-18T18:49:00.000-08:002013-12-23T11:17:00.708-08:00RetroPerspectivas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh48j_sKkwxwWqqEdad_rxk-KonfGGAsPCcW9mZg7HN-TYSuqPc0Ub5KK9S5Eox-R9Exthnjrbk0pGT7XWiDFx_IpZ2EuS7QSb5ilWcKy3muUQiS-MAR94sw_pfPCIyUXbSYDQX/s1600/doi.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh48j_sKkwxwWqqEdad_rxk-KonfGGAsPCcW9mZg7HN-TYSuqPc0Ub5KK9S5Eox-R9Exthnjrbk0pGT7XWiDFx_IpZ2EuS7QSb5ilWcKy3muUQiS-MAR94sw_pfPCIyUXbSYDQX/s320/doi.PNG" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0976563); -webkit-composition-frame-color: rgba(191, 107, 82, 0.496094); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.292969); -webkit-text-size-adjust: auto; font-family: Noteworthy; font-size: 18px; font-weight: bold; line-height: 24px;"><br /></span>
<br />
<span style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0976563); -webkit-composition-frame-color: rgba(191, 107, 82, 0.496094); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.292969); -webkit-text-size-adjust: auto; font-family: Noteworthy; font-size: 18px; font-weight: bold; line-height: 24px;"><span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: normal; margin: 0in 0in 0pt;">
<span><br />
10 Lições aprendidas em 2013 que podem tornar 2014 um feliz ( ou pelo
menos mais promissor) ano novo<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Príncipes também se transformam em sapos. O mesmo se aplica as
princesas. Isso pode acontecer da noite pro dia ou vice - versa. Continue
acreditando em príncipes e princesas. E em sapos e sapas. São faces da mesma
moeda. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- E muito difícil, no auge de uma crise de qualquer ordem,
acreditar que aquilo que por ora nos surpreende e nos aflige vai passar
um dia. Mas a verdade e que, sim, tudo passa. Isso não quer dizer que não
vai doer. Mas não dói pra sempre da mesma maneira. Nem no mesmo lugar. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Tem coisas que só o seu travesseiro deve saber acerca de seus
sonhos e também de suas dores. Não necessariamente nesta ordem. Os travesseiros
de pena tendem a ser os mais confiáveis. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Quando tudo parece perdido existe uma grande chance de que de
fato isto seja verdade. Acredite em sua intuição, em um amigo leal e, e claro,
nos fatos. Estes últimos são quase sempre muito claros. Os dois primeiros
também. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Em meio a uma crise, por mais violenta que seja, e possível se
deixar maravilhar por aquilo que eu chamo de pequenos milagrinhos. Depois da
crise, estas coisas costumam crescer, ficar mais evidentes e se tornam pano de
fundo de um novo tempo. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Em plena queda-livre ha sempre o risco do seu paraquedas não
abrir. Neste caso, você acaba descobrindo que já sabe voar sozinho. E que gosta
disto. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Quase todo mundo acha que sabe como você deveria reagir em uma
determinada situação. Se eu fosse você eu não daria a mínima para isso. Mas
definitivamente eu não sou você. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Você não e o centro do universo; seus problemas são detalhes
quando comparados com o resto da humanidade; todo mundo passa por situações difíceis;
de tudo se tira uma lição. Você bem que concorda com as premissas acima, mas na
hora do “pega pra capar" sente-se como o ultimo sofredor vivo. Esta bem se
pensar assim. Mas não mais que por 24 horas. 48 em casos extremos. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Dizem que o tempo cura tudo. Mas para isso este tem que
encontrar você devidamente ocupado e literalmente sem tempo pra alimentar o
problema. Não dê tempo ao tempo. Aproprie-se dele. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(204, 217, 234); line-height: 18pt; margin: 0in 0in 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Noteworthy","serif"; font-size: 13.5pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">- Não faz diferença como você chama ou deixa de chamar a forca que
nos rege. Vão existir momentos, breves que sejam, em que você vai ter
certeza de que o melhor ainda esta por vir, mesmo sem ter ideia de como isso
vai acontecer ainda. Então pode chamar isso de fé. O resto também e mistério.
<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: small;">
</span></span>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-55986621829859688722013-07-25T06:35:00.000-07:002013-07-25T08:49:02.167-07:00Dinheiro Fácil<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNAbL4Ad1x-Ss9ZPs3KjLfOy5RpeZTiGFLbfN34yL9TB-Thq8RD-4KV4tTCMLUkt6KLxu3neJHT1GISda9pFJQV88u1qzetyhWD2YChGGbZZE14qBQcJsKK3YU3LVvQim6lmgz/s1600/Art-Worth-The-Money.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="134" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNAbL4Ad1x-Ss9ZPs3KjLfOy5RpeZTiGFLbfN34yL9TB-Thq8RD-4KV4tTCMLUkt6KLxu3neJHT1GISda9pFJQV88u1qzetyhWD2YChGGbZZE14qBQcJsKK3YU3LVvQim6lmgz/s320/Art-Worth-The-Money.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Há quem diga
que dinheiro fácil é aquele que se ganha sem maiores esforços, seja uma herança
inesperada ou não, uma troca de favores com direito a um bom emprego vitalício
em que não se bate ponto nem na entrada, nem na saída, ou ainda o sonhado prêmio
da Mega Sena acumulada, sem ter que dividi-lo com ninguém, nem com outro
apostador, muito menos com parentes e/ou amigos financeiramente desamparados,
para ser politicamente correta. Porém, há quem garanta que as benesses do tipo
quase sempre vem acompanhadas de muitas dores de cabeça e que não há dinheiro
no mundo que cure tamanho transtorno. Mesmo sem ter experimentado sensação
igual, arrisco um palpite: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dinheiro fácil
e aquele que a gente ganha fazendo o que gosta.</b><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Não que
nos últimos meses eu tenha feito apenas o que gosto. Para sobreviver, até bem pouco tempo atrás, estive
exposta a toda sorte de atividades, a ponto de manter em meu carro uma cabine
parecida com a do Clark Kent, onde trocava de roupa, de bolsa, de material de
trabalho e até de sorriso, antes de pegar a capa e sair voando por ai. Acho
inclusive que por isso tenho valorizado mais e mais as atividades atuais, que faço com
entusiasmo e prazer a ponto de me pegar pensando que até aceitaria pagar pra
dar hora extra. Exageros a parte, quando se faz o que se gosta na área
profissional, a sensação é de que o trabalho em si também é parte do pagamento.
Mas ninguém falou aqui que está disposto a abrir mão dos rendimentos materiais
que nos permitem, entre outras coisas, arcar com as necessidades básicas de
qualquer ser humano em nome da paixão pelo que se faz. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Sem essa de
dizer que o trabalho vocacionado tem que ser feito de graça ou quase isso. Não
conheço ninguém que faz o que gosta que não se ofende com o discurso de chefes de
estado ou de empresas que fazem chantagem sentimental do tipo. Até porque
nenhuma destas supracitadas criaturas abririam mão de parte sequer de seus
fartos rendimentos em nome do prazer. Na verdade, fazer o que se gosta, em
qualquer área profissional, deveria ser critério indiscutível pra admissão de
candidatos ao emprego. Um currículo recheado de títulos, experiências de todo
tipo, viagens e intercâmbios, proficiência em outras línguas, são de fato
aspectos incontestáveis na hora de se avaliar o aspirante a vaga. Mas se não gostar
do que faz e/ou se simplesmente o faz em nome do salário promissor deveria
contar apenas com este último, já que parece ser tudo o que almeja. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Ao contrário,
aqueles que fazem o que gostam e o fazem bem, deveriam ser agraciados com alguns
benefícios extras além das obrigações empregatícias e da alma repleta de
prazer. Pois é disso que se alimenta e explica o espirito e o consequente
desempenho de quem faz o que gosta: de sonhos, de novas paisagens e encontros,
de um olhar mais demorado sobre as coisas que trazem a marca da diferença e
originalidade... <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">A exemplo do
Bolsa Família, que dá direito a comida, transporte, gás e algum dinheiro extra
a cidadãos da classe desfavorecida no Brasil por cada filho que frequenta a escola
pública- sim, deve ser um esforço sobre-humano convencer nossas crianças e
jovens a frequentar um ambiente escolar com tão poucos recursos de toda ordem;
um bom sistema público de educação, quem sabe parcialmente financiado com o
dinheiro gasto por este próprio programa, já seria em si um convite a
participação deles na escola, bem que poderiam criar o Bolsa Deleite. Este programa
ofereceria vale viagens culturais, vale educação, diversão e arte com incentivo
`a participação em cursos, espetáculos teatrais, cinema, visitas a museus,
assinaturas de revistas, acesso a leitura de livros... todos gratuitos, a
funcionários que trabalham com amor (e não por amor), incluindo também vale gás,
para que nos dias em que a desmotivação batesse de frente, cidadãos apaixonados
pelo que fazem, recebessem um combustível extra em forma de pão do espirito
para não deixarem de manter a alma devidamente alimentada. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;">Pois pelo que
me consta, alguém que acha que dinheiro fácil é aquele que se ganha fazendo o
que gosta, não está livre do pagamento de impostos ou de suas responsabilidades
financeiras e pessoais e muito menos disposto a vender a alma cheia de
louváveis predicados aos gananciosos de plantão, sob o risco de ficar ao mesmo
tempo sem dinheiro e sem credito consigo mesmo. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: small;"><em>Pictures:"When you cannot <nobr><a class="FAtxtL" href="http://yababoon.com/2013/02/14/art-worth-the-money/#" id="FALINK_1_0_0">make money out</a></nobr> of art, you made it become one."</em></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: small;"><em><a href="http://yababoon.com/2013/02/14/art-worth-the-money/">http://yababoon.com/2013/02/14/art-worth-the-money/</a><o:p></o:p></em></span></span></div>
Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-41466656210732190032012-09-30T12:38:00.000-07:002012-09-30T12:38:40.616-07:00Com Pimenta e com Afeto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxdP3vZZHEIMj48vQ09SILrHGKXOH-etPAHJAkXrtFQkJVbAJ4Hw0oxhHGgUGHnqNs7mX2ikUyXi20jPUoW-E_ip0O34H6cI0vfaYLL4EbUdwAa08H15l67CmSxLpIyNGTARQO/s1600/Picture+541.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxdP3vZZHEIMj48vQ09SILrHGKXOH-etPAHJAkXrtFQkJVbAJ4Hw0oxhHGgUGHnqNs7mX2ikUyXi20jPUoW-E_ip0O34H6cI0vfaYLL4EbUdwAa08H15l67CmSxLpIyNGTARQO/s1600/Picture+541.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Querido Dr. Gilton</span></div>
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Há duas semanas, me deparei com um simpático vidrinho de pimenta vermelha; tão pequeno, que cabia na palma da mão, o suficiente para uma única refeição. Estava disponível, junto a outros tantos, sobre uma bandeja de temperos em um restaurante e, por alguma razão que não se explica, me chamou a atenção; não que àquela altura eu desejasse qualquer sabor adicional ao paladar. Desde que provei do saboroso molho de pimenta que o senhor prepara com especial talento, nunca mais dei bolas para qualquer outra marca disposta nas prateleiras de um supermercado ou em uma banca de feira que seja; o sabor da sua iguaria é incomparável e há um exército de amigos, de nacionalidades diversas, que hão de concordar em uníssono.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Porém, o vidrinho, miniatura de uma tradicional embalagem, fez brotar um sorriso em meu rosto e me trouxe lembranças da pessoa querida, de caráter irretocável que, além de ser o maior preparador de molho de pimenta que conheço, é também o mais cativante de todos os sogros, o hóspede mais agradável, o companheiro de viagem mais disponível...e esposo dedicado da igualmente gentil e querida Ilsa.</span></div>
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="color: #4c1130;">Apertei o tal vidrinho com força entre os dedos e a palma da mão e então fiz dois pedidos. Desejei que aquele momento não fosse em vão, ao contrário, que a sensação de que estávamos incondicionalmente próximos fosse permanente e, mais que isso, que Marcus, ao conhecer os segredos daquele frasco cheio de analogias, pudesse ter a mesma certeza: <strong>há coisas que não passam. </strong></span></span></div>
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Um beijo carinhoso,</span></div>
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Adriana, "sua escritorinha"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="color: #4c1130;"><em>Escrito e enviado por email em 20 de abril de 2011. Revisitado com saudades no dia de hoje, em que ele se transferiu para outra dimens</em>ã<em>o mas , como eu havia mencionado, jamais passará.</em></span><em> </em></span></div>
<br />Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-50613509644633807252012-07-29T11:54:00.001-07:002012-07-29T11:54:42.029-07:00Bagunça pra Chamar de Eu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmcmSWWlYpUNj2VXBbCZzE1bALsbcGIV9qjFxtMw7Mcw11FdHCVA49sA8waSYR3GbUgwuWYgW16RfWxOru4JfJ3NDCZR30gOocHCMEHyov8cqHIF3hqp6hYzAOPDWsJg3DQRte/s1600/bag.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmcmSWWlYpUNj2VXBbCZzE1bALsbcGIV9qjFxtMw7Mcw11FdHCVA49sA8waSYR3GbUgwuWYgW16RfWxOru4JfJ3NDCZR30gOocHCMEHyov8cqHIF3hqp6hYzAOPDWsJg3DQRte/s400/bag.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Dizem que
quando eu era garota e arrumava minhas gavetas, ficava muito brava quando as
abria de novo e observava que o conteúdo destas não estava mais no devido
lugar. Chegava a esbravejar perguntando quem havia feito tal desfeita comigo
depois de tanto trabalho para alinhar as roupas, umas sobre as outras, com
capricho que beirava a perfeição. De nada adiantava minha irmã explicar que o simples
movimento de abrir e fechar as gavetas causava tal desastre natural. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Demorou um certo tempo e algumas sessões de
análise para que eu entendesse que o ir e vir das roupas na gaveta, a principio
arrumadinhas e sob meu controle, não representava mais do que uma metáfora do
que eu ia ter que enfrentar na vida adulta. Sem falar em outros tantos anos para
que eu aprendesse a tirar proveito disso. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje, quase
meio século abrindo e fechando gavetas, posso dizer que, às vezes, ainda gostaria
de ser a feiticeira do seriado dos anos 70 e torcer o nariz para ver, em
segundos, tudo arrumadinho e funcionando perfeitamente ao meu redor. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas parece que isso não apresenta a menor graça.
Ia me sobrar muito tempo para preencher com outras coisas de gosto duvidoso,
como discutir a relação, tentar interpretar citações aparentemente despretensiosas
nas paginas virtuais dos filhos, contar as ruguinhas e manchas senis na pele que
insistem em se multiplicar ( odeio fazer contas), pensar que no lugar de fulano
ou cicrano eu faria desta maneira e não daquela, me atolar no trabalho pra
espantar o fantasma do ócio, criativo que seja, ou armadilhas do tipo.
Definitivamente, tolerar a nossa própria bagunça, no plano interior ou físico,
nos livra de certos atos de soberba desnecessários, eu diria, disfarçados de
boas intenções. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Então
comecei a chamar de baguncinha redentora aquela que a gente mantém pra não perder
a noção de que temos todos um cantinho de desordem pra chamarmos de “meu” e que
também atende pelo nome de “eu”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um dia
a gente percebe que, enquanto se está em condições de ver o tempo passar,
melhor aceitar que as coisas saem do lugar, assim como as pessoas, o que elas pensam
e como agem, pra não corremos o risco de nos enterrarmos vivos ou, na melhor
das hipóteses, desenvolvermos uma úlcera crônica que nos incomodaria tanto
quanto aqueles ao nosso redor. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Desta
forma, faz uns dias que minha sala de visitas ficou parecida com um ateliê de
artes e eu resisti bravamente à tentação de fazer promessa para o milagroso São
Aspirador de Pó ou fazer novena pra Nossa Senhora da Poeira Debaixo do Tapete.
Deixei que as telas e os pincéis me convidassem para um passeio, desviei sem
reclamar das caixas de tintas dispostas displicentemente entre o sofá e parede,
me diverti com as cores e texturas que lancei sobre o branco e cobri de tantas
camadas quanto desejou meu olhar cada vez que por ali passei. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Minha sala não
é mais a mesma. Nem eu. Algo me diz que as minhas gavetas vão ter que buscar
ajuda profissional ,caso insistam em me ver dando chilique cada vez que, ao se
abrirem, apresentarem uma nova disposição para a arrumação de outrora. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-44903187215041524412012-05-28T13:52:00.000-07:002012-05-29T08:54:18.844-07:00O Que Voce Anda Fazendo?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq2D4YPChuAAYeeobJSqypA4sfpoyxauGHFC59PohA7HU-inlGOoMt6xMdka0_e9kDrs4qeqTd93UW3wATyz8Wl7bC2PXEWAVoT2e46a3_fKRB0xTcxKgDBvpI5g8G01DTniol/s1600/juggler.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq2D4YPChuAAYeeobJSqypA4sfpoyxauGHFC59PohA7HU-inlGOoMt6xMdka0_e9kDrs4qeqTd93UW3wATyz8Wl7bC2PXEWAVoT2e46a3_fKRB0xTcxKgDBvpI5g8G01DTniol/s320/juggler.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;">A pergunta sobre a tela do computador em um despretensioso bate papo virtual parecia corriqueira. Não creio que a amiga distante quisesse saber o que eu era capaz de fazer enquanto andava por aí, mas foi bem assim que a imagem me veio à cabeça: a malabarista do dia-a-dia, cumprindo com tarefas de toda ordem enquanto caminhava, meio trôpega, tentando manter as duzentas bolas de tamanhos diversos no ar e seguindo a marcha da rotina, em meio às vinte e quatro horas oferecidas gentilmente pelo senhor do tempo aos homens de boa vontade e contas a pagar. </span></span><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;"></span></span><br />
<br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Ultimamente estava mesmo andando a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e, pior, sem terminar quase nada do que me propunha a cumprir. Muitas vezes levantava para fazer algo e no caminho me distraia com tantas outras tarefas, até voltar para o local de partida e constatar que não havia feito o que primeiro me veio à cabeça. Tudo culpa dos hormônios, eu diria, estes batendo em retirada sem a menor cerimônia, causando uma bagunça terrível no estar intimo de minha casa interior. Mas esta desculpa estava ficando cada vez mais esfarrapada, afinal eu bem sabia que daqui para frente, apesar da bem intencionada ajuda da medicina, eu que cuidasse de dar um jeito de continuar caminhando sem me esborrachar ladeira abaixo antes da hora. </span></span><br />
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Então expliquei à velha amiga, que me compreendia muito bem, que andava fazendo planos. Literalmente. Por onde andava, fazia planos. Dentro de casa, no caminho para o trabalho enquanto dirigia, sendo transportada por um trem, na frente do computador, ao falar ao telefone, quanto me equilibrava em um monociclo sobre um barbante e exibia ao mundo minha destreza com jogos malabares, entre uma distração e outra... quando dormia e sonhava.</span></span></div>
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<span style="font-size: large;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Sim, eu andava sonhando e fazendo planos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pelo menos isso os tais hormônios não levaram consigo quando fugiram e bateram a porta dos fundos sem deixar um recadinho sequer. Por outro lado, acabaram levando por engano a minha habilidade para realizar os sonhos que sonhava. Fica aqui, portanto, um apelo aos que conviveram de perto com esta malabarista que vos fala. Caso encontrem por ai aquela cartola mágica que atende pelo nome de esperança, segura firme e me liga que eu passo ai pra pegá-la.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;">E você, o que anda fazendo?</span></span></div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;">
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<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sobre a ilustradora do post, encontrada por acaso e com muita alegria nas teias virtuais:</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Picture by <strong>Sandi FitzGerald</strong></span><br />
<div class="location">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Toronto, Ontario, </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Canada </span><br />
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<span style="font-family: Verdana;">O blog dela: </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">kittyjujube.blogspot.com</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></div>
<div class="location">
<a href="http://www.etsy.com/people/kittyjujube?ref=owner_profile_leftnav"><span style="color: black; font-family: Verdana, sans-serif;">http://www.etsy.com/people/kittyjujube?ref=owner_profile_leftnav</span></a></div>
<div class="location">
<br /></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-81180778835577120602012-05-11T08:08:00.001-07:002012-05-11T21:40:51.159-07:00Um Beijo e um Abraço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyaYW5X9yOxmQ0hGgVaBDm_6iLvSJHk5NONHwfJOduc2CF31mf6HhdghLTfuTZBWl3QvuZaOSdyuD0-yCl88ISu0pO8gyZ_sQ5Kmie3acAIoy-m5cQz1KXvay1RNPqb_dMKxz0/s1600/romero_britto_glossy_hug.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dba="true" height="97" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyaYW5X9yOxmQ0hGgVaBDm_6iLvSJHk5NONHwfJOduc2CF31mf6HhdghLTfuTZBWl3QvuZaOSdyuD0-yCl88ISu0pO8gyZ_sQ5Kmie3acAIoy-m5cQz1KXvay1RNPqb_dMKxz0/s320/romero_britto_glossy_hug.gif" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">Já faz muito tempo, mas me lembro que costumava ficar irritada quando, com certa antecedência, minha mãe anunciava que já tinha providenciado o presente que nos daria em uma data comemorativa vindoura qualquer: “Um beijo e um abraço”. Se estivesse naqueles dias, repetia com uma ponta de provocação “Um beijo e um abraço e... olhe lá!”. Claro que era tudo lorota; certamente uma maneira de nos manter esvaziados de expectativas. Mais que isso, era um jeito de pedir carinho que só vim a entender muito depois, mais precisamente nos últimos meses.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">O tempo passou e aqui estou eu a pensar em como responder sem dar um ar de falsa modéstia à previsível pergunta às vésperas de mais um dia das mães: “O que você quer de presente?”. A resposta está na ponta da língua: “Um beijo e um abraço!” E que esta sirva para todas as demais datas: aniversário, incluindo o de casamento; Natal; dia do amigo, dos namorados... já antecipando até o dia da avó, se este for o caso no futuro.</span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">Envolvida em mais uma adaptação em terras estrangeiras, em meio a novos amigos em fase de reconhecimento; à filha adolescente que não sai por aí distribuindo afeto à toa; ao filho, irmã e sobrinha que moram algumas muitas horas de distância daqui; aos enteados que estão do outro lado do oceano; aos irmãos, familiares e amigos de uma vida toda a quem posso ver e ouvir graças às benesses das novas tecnologias, mas cujo cheiro e calor me fazem uma falta enorme, confesso que um beijo e um abraço tá mais pra gênero de primeira necessidade do que pra capricho.</span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">Nem pense que estou me fazendo de boazinha. A verdade é que não me consta que quem faz a pergunta esteja esperando uma resposta do tipo “Quero uma viagem à Itália com tudo pago, com direito a uma paradinha em Paris antes de pegar o voo em Londres de volta para casa” ou quem sabe ainda “Quatro ou cinco noites que sejam em alguma ilha paradisíaca qualquer, sem a possibilidade de acessar o celular e nem precisar lavar louça ou fazer a cama “... Melhor do que isso, eu diria sem titubear, só um beijo e um abraço demorado de quem a gente quer bem!</span></div>
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<br />Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-18478984818236121782012-03-10T11:01:00.004-08:002012-06-16T16:04:27.440-07:00Branco que Te Quero Multicor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIZui7Gjf_6RF08AZeDvhmo7vz94uQCbbxIvbr9O0F38waB3qS6tRkVl2P2LtxHhpds62sXnyajQ_DLVasBXexCk54zPU5fogB849N_8sz1s0MCTfI416gdYHnf9_ZhHY7qGBa/s1600/empty.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" pca="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIZui7Gjf_6RF08AZeDvhmo7vz94uQCbbxIvbr9O0F38waB3qS6tRkVl2P2LtxHhpds62sXnyajQ_DLVasBXexCk54zPU5fogB849N_8sz1s0MCTfI416gdYHnf9_ZhHY7qGBa/s320/empty.JPG" width="320" /></a></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: #333333; font-family: courier new;">Lembro-me que quando menina ficava a esperar meu pai chegar do trabalho à noitinha. Escolhia estrategicamente um lugar para brincar perto da porta da frente, só para ouvir o barulho da chave girar na fechadura e então correr para o abraço. Nosso amor era assim mesmo, barulhento, indisfarçável. Ele me rodava no ar e gargalhava, como se também estivesse esperando por aquele momento atrás da porta. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Na mão trazia uma pasta, daquelas executivas, com chavinha e tudo, embora esta nunca estivesse trancada. Depois do abraço ele a abria e vez por outra trazia algo especialmente encomendado no dia anterior: uma revista, um pirulito que fosse, algo que viu pelo caminho de casa oferecido por um vendedor ambulante... era sempre uma bem-vinda surpresa!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Em um desses dias- meu pai contava esta história com uma ponta de constrangimento- lá estava eu, olhos atentos depois do abraço, a espera do que sairia daquela pasta que mais se parecia com uma cartola de mágico. Foi feito suspense; ele dizia que trazia algo muito especial para mim que eu nunca havia recebido antes. Para falar a verdade, não me lembro deste dia e nem do que se seguiu depois disso. Mas, segundo meu pai contava, quase como uma confissão de culpa, ele pretendia fazer uma brincadeira, pois o que na verdade trazia na tal pasta era uma folha de papel comum, branca, sem atrativo ou diferencial algum. Chegou a se preparar para um segundo abraço, já contando com minha frustração frente ao suposto presente, aparentemente sem sentido algum. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Mas não foi nada disso o que aconteceu. Ao ver a folha de papel vazia, saindo daquela pasta mágica, dei pulos de alegria, saltei em seu colo agradecida e corri para buscar minha caixa de lápis coloridos para começar a desenhar meus sonhos sobre ela. Aquela não era uma folha comum, nunca seria. Tudo o que vinha de meu pai trazia em si uma promessa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Desde então acho que busco as folhas vazias como quem ainda deseja presentes. Desde então desenho florzinhas e bolinhas, arabescos e listrinhas em espaços vazios nas agendas e calendários... Desde então sou grata ao meu pai por cada vez que transformo uma folha em branco em um texto, uma carta, uma pintura, uma lista de planos para o futuro, uma frase solta que seja. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não me lembro se dediquei aquele desenho ao meu pai; talvez tenha colorido aquela folha com coraçõezinhos e frases de amor, como o fiz tantas vezes ao longo de minha infância. Talvez não. Mas com certeza, de alguma forma, cada espaço que preencho, cada investimento, cada conquista, os momentos de superação, são todos dedicados a ele, que sempre me acenou com folhas em branco, na certeza de que eu colocaria minhas cores e nuances sobre elas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #333333; font-family: courier new; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Que venham então as folhas em branco!</span></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-53868782969379809492011-07-21T08:43:00.000-07:002011-07-21T18:38:41.906-07:00Pessoas "AS-IS"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwjwBH3iasl_p0iUaAzrQB7Zpd6ZuTzM-4He3qVeAmeM58oM85Y13-b-1_P5bOEKPR_pebPbUu9-AtrKNe_IhP9MW4NaiLMwN7eE8nPtADc46_Mkebxpw-M8n7ALgvEW2NaS8c/s1600/as+is.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 250px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5631984925154317682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwjwBH3iasl_p0iUaAzrQB7Zpd6ZuTzM-4He3qVeAmeM58oM85Y13-b-1_P5bOEKPR_pebPbUu9-AtrKNe_IhP9MW4NaiLMwN7eE8nPtADc46_Mkebxpw-M8n7ALgvEW2NaS8c/s400/as+is.JPG" /></a><br /><br /><div align="justify"><br /><div align="justify">Acho que já revelei minha paixão por lojas de usados com tudo o que estas oferecem, incluindo os ávidos e invisíveis ácaros, passeando lépidos nos vãos de tecidos embolorados, e também a energia de sobra que emana no ambiente, fruto das histórias que cada elemento ali disposto tem pra contar. Gasto então horas a fio, olhos atentos, buscando algo que me faça sorrir. Quase sempre saio de lá às gargalhadas. Fico me perguntando por que alguém teria se desfeito de certos objetos tão cheios de charme, adquirido outros de gosto pra lá de duvidoso e me divirto buscando respostas, quase sempre improváveis. Mas quem se importa?<br /><br />Alguns destes objetos, em geral os eletrônicos, trazem uma etiqueta de cor chamativa que informa “AS IS”. Em inglês, isso significa expressamente que o produto ali oferecido está sendo vendido tal e qual ali se encontra e o comprador deve assumir todo e qualquer risco no caso de um possível mau funcionamento do mesmo. Uma vez decidido a levar este para casa, não pode mais reclamar, tem que assumir por sua própria conta algum reparo, caso não venha a funcionar a contento. Baseada em minhas próprias experiências, quase sempre é possível achar bons negócios no terreno dos “AS IS”, mas é bem verdade que tomar riscos, a meu ver, não é propriamente um problema.<br /><br />Assim na loja de usados como na vida. Tenho constatado que as pessoas que habitam meu mundo, aquelas em que mais confio e têm marcado presença de maneira significativa em minha rotina, são as que trazem na alma, como eu, uma etiqueta “AS IS”. Nem me lembro mais exatamente quando e onde as encontrei, afinal de contas, mesmo em se tratando de alguém que conhecemos de longas datas, tem um dia em que pessoas deste tipo simplesmente se reconhecem. Há as que trabalham juntas, saem de vez em quando, quem sabe toda semana, se reúnem no Natal, no jogo do Brasil, freqüentam as mesmas festas de aniversário, trocam emails e torpedos, fazem parte do mesmo grupo social, mesma família...mas ainda assim não é garantia de amor incondicional . Quase sempre isso só acontece quando uma das partes está precisando de um apoio extra, afinal ser feliz quando está tudo em paz é bom demais, mas não dá direito a levar a tal etiqueta de “AS IS”.<br /><br />As pessoas “AS IS” , quando se encontram, se aceitam do jeitinho que são. Se comprometem a assumir todo e qualquer risco para manter o bom funcionamento da relação, apesar das diferenças, dos humores, da TPM, da concepção de mundo e de Deus, da falta de tempo, da distância, da opinião do outro, da conta bancária... e mais, são livres pra falar o que pensam , sem esperar que a outra parte venha necessariamente promover uma mudança na maneira de agir ou pensar por receio de ser removido do caderninho de endereços ou da caixa de mensagens que seja, quando não da própria vida.<br /><br />Faz algum tempo que decidi tatuar em minha alma uma etiqueta “AS IS”. Só pra ter a certeza de que posso continuar a ser singular e ao mesmo tempo aberta para repensar possíveis e bem-vindas mudanças em minha vida inspiradas nas lentes com que o outro vê o mundo, desde que sejam na medida de minhas possibilidades e desejos.<br /><br />Afinal, caso não esteja satisfeito com uma pessoa “AS IS” que encontrou nas prateleiras do dia-a-dia, devoluções são aceitas naquele mesmo lugar, embora sem direito a recompensa de qualquer ordem. Sem dúvida, há de surgir em breve alguém a se perguntar por que haveriam de ter deixado tal interessante alma dando sopa por ali. </div></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-78493571733685214652011-06-08T11:12:00.000-07:002011-06-09T08:42:41.616-07:00Minha Vida em Preto e Branco<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDGb5zetJBZioIktaMJ87FSpp-VDwx-t_SHinChh2b9bj9dDB-6Ka40U88Q1ofQ7Xbf0SLtwBZrpRoryfwKhLOiiEZj5JFTtkFfOvxAiX_T5VHehToL2lW-OCMTsebFJ4Y1xYQ/s1600/lost-key-hole-eye.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 275px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDGb5zetJBZioIktaMJ87FSpp-VDwx-t_SHinChh2b9bj9dDB-6Ka40U88Q1ofQ7Xbf0SLtwBZrpRoryfwKhLOiiEZj5JFTtkFfOvxAiX_T5VHehToL2lW-OCMTsebFJ4Y1xYQ/s400/lost-key-hole-eye.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5615916874627964162" /></a><br /><br /><br />A pergunta me pegou de surpresa:<br /><br />“Mãe, quando a sua vida era em preto e branco, você tinha que ir à escola?”<br /><br />Imediatamente me dei conta de que, aos olhos de minha filha, à época com quatro anos de idade, eu havia vivido alguns dos melhores anos de minha vida em um cenário monocromático, tal e qual revelado em algumas de minhas fotos de infância. Pior, afirmei que tinha sim que ir à escola, onde a professora usava um giz branco para escrever em um quadro negro coisas que nós alunos tínhamos que copiar com um lápis preto em um papel branco.<br /><br />Não havia dúvida alguma que faltavam cores em meio às poses, quase sempre pouco naturais, das pessoas retratadas naquelas fotos sobre a mesa. Mesmo assim, eu as olhava com uma ternura comovente e fingia lembrar exatamente os tons e matizes de cada elemento ali capturado, como quem obedece ao comando imaginário disposto no canto superior de cada foto: “Para Colorir".<br /><br />Olhei pra ela de novo e sorri. Pensei em falar sobre as cores que eu podia ver sobre as fotos, enquanto meus dedos corriam sobre as mesmas...”Veja, o portão era vermelho, este vestido era azul turquesa com detalhes brancos, a frente da casa ...”, mas seria em vão. Se havia algo nesse mundo descolorido que me encantava era um certo ar de mistério que prescindia as palavras, as explicações; nada parecido com a versatilidade dos smart phones, a precisão dos GPS, a praticidade dos microondas, o alcance das redes de relacionamento virtual, as fotos coloridas, digitalizadas e retocadas graças ao Photoshop, enfim, um mundo com cheiro de novo, certamente bem-vindo, eu diria.<br /><br />Além disso, havia a certeza de que, no futuro, minha filha haveria de tirar vantagem do fato de que aquela mãe ali presente, e finalmente em cores, tinha mantido a fechadura da alma no estilo retrô, com um buraquinho sempre aberto, convidando-a a espiar as tonalidades do que ficou pra trás, na época em que minha vida era em preto e branco.<br /><br /><br />Picture from: http://www.layoutsparks.com/1/67786/lost-key-hole-eye.htmlAdriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-86663374134968712442011-05-16T14:06:00.000-07:002011-05-17T01:10:28.480-07:00Sobre o que Dizem as Caixas- ou a razão de tantas mudanças em minha vida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3WG3EDnqBFqoQ6U1KbyUQa3-tIeR7X7xIYyP6Emdjo0t-CfmofEw8BL2Wy6N_Q4uuqhVlz8KIQI9w7_M8luozQnOXWJ3MtljDAGmaJPoBEnU2CSpo-xwnTCr8r_kOaJ77xCmD/s1600/DSC05702.jpg"><span style="COLOR: rgb(0,0,0)"></span><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5607423379027192610" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3WG3EDnqBFqoQ6U1KbyUQa3-tIeR7X7xIYyP6Emdjo0t-CfmofEw8BL2Wy6N_Q4uuqhVlz8KIQI9w7_M8luozQnOXWJ3MtljDAGmaJPoBEnU2CSpo-xwnTCr8r_kOaJ77xCmD/s400/DSC05702.jpg" /></a>Sempre gostei de caixas. Coloridas, de todos os tamanhos, lembranças de tempos, lugares e pessoas distantes ou não, cheias de compartimentos, reentrâncias, fechaduras e segredos. Algo me faz crer que, todas elas, uma vez abertas, começam a contar histórias, assim como as caixinhas de música deixam escapar uma melodia cada vez que levantamos a tampa em busca de pequenos tesouros.<br /><br />As caixas que abro em meu porão de lembranças , uma a uma, me colocam no colo e falam baixinho de coisas que muitas vezes já havia esquecido, algumas que nem gostaria de lembrar e outras ainda que, embora velhas conhecidas, voltam a surpreender. A verdade é que, atenta ao que dizem, sempre demoro mais do que o previsto pra colocá-las dentro dos enormes caixotes de mudança, estes também cheios de mistérios, quando na iminência de mais uma partida.<br /><br />Então é por isso que não posso deixar que as raízes cheguem a tomar o lugar das asas ... é preciso sair, de porto em porto, de porta em porta, levando minhas caixas pra passear...caso contrário, ficariam caladas para sempre.<br /><br /><br /><br /><strong><strong><em><em><span style="font-size:85%;">Picture- K. Madison Moore Contemporary Fine Artist- inspirado em Picasso. Outros trabalhos do mesmo autor baseados em obras dos grandes mestres: </span><a href="http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com"><span style="font-size:85%;">http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com</span></a></em><a href="http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com"></a></em><a href="http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com"><em></em></a></strong><a href="http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com"></a></strong><a href="http://l.wbx.me/l/?p=1&instId=51f03c89-a0ad-4b80-8d2d-9a7ba815f329&token=336d033310e24d5a2d12abf7ec3ebda2617da8fe0000012fee6c284f&u=http%3A%2F%2Fwww.kmadisonmooreartistportfolio.com"></a>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-62192177697189411882011-03-25T22:46:00.000-07:002011-03-25T22:55:01.187-07:00A Mola no Fim do Poço<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlai9NltRXn1LXpVaUW5UZXuDajr9ytPRwdPkDig9QT_ioQfty2Hzg3Vy-j2_dHkOrK24oqKYFwc23dl5XmFHbNHSf6RtG-mQRvUZ5r31-buG6GUZQGrIXJuRY5asUQfqG-Kp2/s1600/alice-falling-down-rabbit-hole.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5588261038655378738" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlai9NltRXn1LXpVaUW5UZXuDajr9ytPRwdPkDig9QT_ioQfty2Hzg3Vy-j2_dHkOrK24oqKYFwc23dl5XmFHbNHSf6RtG-mQRvUZ5r31-buG6GUZQGrIXJuRY5asUQfqG-Kp2/s400/alice-falling-down-rabbit-hole.jpg" /></a><br /><br /><br /><br />Dizem que no fundo de todo poço existe uma molinha e que esta, quando atingida, nos impulsiona de volta à superfície, livres e lépidos. Mesmo estando ainda em plena queda livre, aqui me encontro, disposta a falar mais de molas do que de poços; o problema é que chegar ao fundo destes leva um certo tempo e aguardo impaciente o momento do impacto, quando fatalmente serei impulsionada rumo ao caminho inverso àquele que me levou escuridão abaixo.<br /><br />Você pode chamar a molinha como quiser, ela atende pelo nome de providência divina, acaso, segredo, anjo da guarda, pensamento positivo, fé, merecimento, destino...e outros tantos apelidos, todos justificadamente carinhosos. É que quem experimenta a queda, durante seu aparente interminável trajeto, aprende a manter contato profundo com um mundo invisível, onde habitam personagens muitas vezes desconhecidos, a começar por você mesmo.</div><div align="justify"><br />Antes da tal molinha aparecer, a gente passa a conviver com sensações nem sempre bem-vindas: o choro vem fácil, o mundo vai acabar, todos parecem mais irritantes do que nunca, mais lentos, mais ingratos, comumente ineficientes...os talentos pessoais desaparecem , óbvios que sejam; nada parece excitante, saboroso ou convidativo. Dormir é sempre visto como uma boa saída; mas quem falou que o sono vem fácil para todos aqueles que caíram no tal poço?</div><div align="justify"><br />Porém, um belo dia, sem qualquer aviso prévio, pelo menos não daqueles que vêm por escrito, a gente dorme miserável e acorda bem cedo com uma esperança surpreendente; é que quando se chega num certo ponto do poço, atinge-se a superfície da molinha e esta finalmente move-se para baixo com força diretamente proporcional ao peso do corpo e da alma ( sim, nesta época tudo isso fica ainda mais pesado) é então que algo nos diz que a queda está perto do fim.</div><div align="justify"><br />Estar perto do fim não é o fim. Depois de meses caindo, ninguém está necessariamente preparado para vir à tona. Sim, porque quando a mola passa a atuar, sequer dá tempo de passar um batonzinho básico. É a hora do <em>vamos que vamos ou se agarra na mola e fica ai pra sempre, meu bem</em>. Melhor sair de cara lavada mesmo que ficar condenado a esperar resgate pelo resto da vida.<br /><br />É sabido, contudo, que há quem prefira ali se instalar, travestidos de vítimas do mundo, chegam a ignorar as operações de salvamento. Outros desenvolvem hiper sensibilidade à luz e, quando na superfície, se lançam, aliviados, de volta à escuridão já conhecida. </div><div align="justify"><br />Depois de um certo tempo caindo, é comum se começar a duvidar da existência das molas propulsoras. Mas, quando isso acontece, é só um sinal de que elas estão bem próximas e não tarda a hora em que virão em seu socorro. Diretamente do fundo do poço, provavelmente a poucos minutos de ser lançada para fora desse tubo escuro e frio, aceno com um sinal de esperança:<br /><br /> Yo no creo en molas propulsoras, pero que las hay, las hay<br /><br /><br /></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-73477987999215875362011-02-24T08:01:00.000-08:002011-02-24T16:30:03.918-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwnuQjy6K2unRyQSmy1U0u7WIPe6rR1tx-OJluRoI8D8QQm4sz283fhvQoTorI32GA3UIKWLDO_9SjpfQXJtYQZrR_cjfrzFKqa4w7aHsc7R1ubPjyCzXok2GTOyK_8jOA-wUp/s1600/M93%257ENever-Give-Up-Winston-Churchill-Posters.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 393px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwnuQjy6K2unRyQSmy1U0u7WIPe6rR1tx-OJluRoI8D8QQm4sz283fhvQoTorI32GA3UIKWLDO_9SjpfQXJtYQZrR_cjfrzFKqa4w7aHsc7R1ubPjyCzXok2GTOyK_8jOA-wUp/s400/M93%257ENever-Give-Up-Winston-Churchill-Posters.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5577094073578302066" border="0" /></a><br /><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" ><br /></span><div style="text-align: justify;font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;">Nos últimos dias me veio à cabeça uma frase que minha mãe costumava repetir enfática ao perceber que estávamos nós, bravos guerreiros, a ponto de desistir de lutar, tamanha a dificuldade ou o tempo gasto na batalha considerada perdida. Lá vinha ela, esbelta infante, com o comando na ponta da língua:<br /><br /></span></div> <div style="text-align: center;font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size:130%;">“A gente morre, mas não se entrega”</span><br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;"> Talvez por isso eu tenha me dedicado mais a saber perder do que a abandonar as armas, embora hoje ponha em dúvida a vantagem deste feito. Sair da guerra à francesa, sem precisar cumprimentar o adversário pela vitória não me parece de todo mal, especialmente quando o inimigo é você mesmo.<br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;">Definitivamente, o front de batalha já não me atrai como antes, sequer tenho tempo para repor a munição e os tiros de festim, inofensivos, não fazem mais do que barulho em minha rotina, por ora repleta de caras pintadas a caçoar do meu velho pangaré.<br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;font-family:verdana;"><span style="font-size:100%;">Na batalha do eu contra eu mesma a bandeira branca, nunca hasteada, já se insinua, embora tímida. Por que não abreviar o tempo dessa peleia? Brincar de </span><span style="font-style: italic;font-size:100%;" >heróis da resistência só dá bilheteria</span><span style="font-size:100%;"> em show de rodeio. Tudo o que eu queria agora era colocar os braços para cima e me deixar revistar, antes mesmo de ter que caminhar, trôpega, no meio do fogo cruzado.<br /><br />Olho para os lados...meu exército se encontra tão camuflado que já não o reconheço. Vontade de cair pra trás e dormir 300 anos seguidos.<br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;font-family:verdana;"><span style=";font-family:verdana;font-size:100%;" >Mas a frase da minha mãe não me dá sossego e ecoa insistente: “morre, mas não se entrega, não se entrega, não se entrega, não se entrega...”</span><br /><br /><br /></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-76864333253609152662011-02-14T12:07:00.000-08:002011-02-14T14:29:54.872-08:00"Esses Moços..."<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhydWhiU_inPaahg5rdJryBq6fqp_V3359APWselRKCpQvDmWD4Zdz6Jf82HulywoxsT1Q7IUknRkDdighsepWrDGWykXgU4gaiB-YubQZdXkXMTtZDZULdaNsUlwStRqZT0Ya2/s1600/esses+mo%25C3%25A7os.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 288px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhydWhiU_inPaahg5rdJryBq6fqp_V3359APWselRKCpQvDmWD4Zdz6Jf82HulywoxsT1Q7IUknRkDdighsepWrDGWykXgU4gaiB-YubQZdXkXMTtZDZULdaNsUlwStRqZT0Ya2/s400/esses+mo%25C3%25A7os.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573639648813397970" /></a><br /><br /><br />Longe de achar que sou expert em romance, embora tenha uma ficha corrida repleta de dores de cotovelos, paixões arrebatadoras e ditas eternas, casamentos e seus desdobramentos, ciúmes infundados ou não, dias iguais, momentos excepcionais, vontade de sumir, desejo de fazer o tempo parar...<br /><br />Ahhhh, o amor... hummm, a paixão.<br /><br />Decidi portanto correr um risco: elaborar um despretensioso guia prático para jovens mulheres apaixonadas, entre elas, filhas, sobrinhas e agregadas. Claro que alertas do tipo não fazem efeito algum antes que se chegue aos 40 e nem sem que estas amealhem algumas desilusões no caminho, além dos dias de puro êxtase. Mas, certamente, vale a piada:<br /><br />1- Seu parceiro NÃO vai se tornar príncipe quando você beijá-lo, muito menos depois do casamento. Se sonha com a realeza, ignore os sapos.<br /><br />2- Quase sempre as mulheres vivem um dilema quando precisam escolher entre homens: lindos mas infiéis; românticos mas sem pegada; desatenciosos mas honestos e trabalhadores; sem tempo pra nada mas senhores de uma carreira promissora; bonzinhos mas intelectualmente limitados; perfeitos mas comprometidos, divertidos mas gays...e mais um milhão de combinações possíveis quando se tratam de contradições inerentes à espécie. Melhor aceitar que elas existem e decidir o que você espera do bofe HOJE...pois quando juntar as escovas a tendência do que vem depois do “mas” é se intensificar e do que vem antes é ficar perdido entre as almofadas do sofá da sala. <br /><br />3- Se você acha que faz o tipo “eu quero você como eu quero”, escolha entre as categorias dissimulados, infelizes, previamente traídos ou desprovidos de atrativos físicos ou dinheiro no bolso. Ninguém, mesmo os supracitados, aguenta fingir por muito tempo. Se não escutam bem, no entanto, há uma chance de que suportem por um pouco mais de tempo a pressão externa. <br /><br />4- Homem charmoso, elegante, inteligente, bem sucedido, honesto, companheiro, fiel, sensível, sensual e apaixonado, atencioso, tudo ao mesmo tempo, é o tipo de mercadoria que “tem, mas tá faltando”. E não me consta que as mulheres que estão em busca do mesmo sejam necessariamente igualmente qualificadas.<br /><br />5- Se você quer ouvir que é amada, linda, elegante, inteligente, sensível e tentadora 24 horas por dia e seu parceiro não é do tipo romântico é melhor mandá-lo pro banco de reserva antes do final do primeiro tempo. Se é verdade que a gente não mexe em time que está ganhando o mesmo não se aplica para aquele que foi pra segunda divisão sem chance de voltar pra primeira nos próximos trinta anos. Os homens ditos racionais, por sua vez, devem procurar torcedoras que não se importem em sofrer pelo time do coração mesmo derrotadas; caso contrário, correm o risco de serem chamados de insensíveis pro resto da vida. Não, as mulheres também não vão mudar. <br /><br />6- E pra terminar, vale acreditar na velha frase da vovó: “para cada panela, uma tampa”. Se você ainda não encontrou a sua ou está usando aquela que não foi exatamente feita pra você, pense se vale à pena perder tempo achando que uma das partes um dia vai ter que mudar pra atender às necessidades da outra. Com boa vontade a gente pode até fazer certos ajustes, mas pessoas, como as panelas e as tampas, quando não combinam, sob forte calor, terminam por deixar vir à tona elementos indesejáveis e difíceis de limpar no final. Afinidades e encaixe são fundamentais. Às pessoas e às panelas.Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-53167712574534923992011-02-02T11:35:00.000-08:002011-02-02T20:06:32.653-08:00Amigos que Mudam e Amigos que se Mudam<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjLr8OIwAGrST1xjs55DJSwmHGZseja9HmPrpFxcSp3rWDcgSJKmtG2J-WJ3SeWOgzEwLzayZCyvZExgUT1UYXMVYaCZJ9iZRtIXmpI2EHqiBxB5D-76Nwcbq2etRWetgvSE1/s1600/esquilo+mae%255B1%255D.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569179647648100690" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjLr8OIwAGrST1xjs55DJSwmHGZseja9HmPrpFxcSp3rWDcgSJKmtG2J-WJ3SeWOgzEwLzayZCyvZExgUT1UYXMVYaCZJ9iZRtIXmpI2EHqiBxB5D-76Nwcbq2etRWetgvSE1/s400/esquilo+mae%255B1%255D.JPG" /></a><br /><div></div><br /><br />Há amigos que se mudam e nada muda; viram a esquina, atravessam o oceano de mala e cuia, têm filhos, fazem mestrado e doutorado, encontram novos amigos, casam e descasam, ganham dinheiro, mudam de religião, de time de futebol...mas entre nós nada muda, só se for pra melhor.<br /><br />Há amigos que se mudam e mudam; você pensa que vai ser aquela festa o reencontro, já que deu até uma mãozinha na mudança, levou champanhe pra comemorar, mandou cartão de boa sorte na nova morada, quase chorou no aeroporto... e de repente dá de cara com outra pessoa, definitivamente não aquela que você chamava de amigo. Mudam de casa, de cidade, de estado ou país e no caminho, sem que se perceba, tudo muda.<br /><br />Há amigos que nunca se mudam e nada muda; estes você sabe exatamente aonde encontrar. Pode mandar carta sem erro, vai chegar, o endereço é o mesmo desde sempre, assim como a maneira como você é recebido na mesa do café, o jeito de abraçar, de sorrir, de dar a mão...de dizer que você é bem-vindo, que pode entrar que a casa é sua e, de quebra, o convidam pra passear pelas lembranças como se o tempo não tivesse passado.<br /><br />Há amigos que nunca se mudam e mudam; estes constroem um muro alto bem na frente do jardim que vocês costumavam jogar bola e brincar de pique-esconde. Você passa na rua e nem reconhece o lugar. Pior que isso é encontrar os tais amigos e constatar que eles, por onde andam,carregam consigo outros muros, todos instransponíveis. <br /><br />Mas a verdade é que cada amigo, os que mudam, os que se mudam, os que não mudam e os que não se mudam, mantêm em si um pouco de você. A diferença é que os que não mudam sabem disso e gostam e os que mudam também sabem disso, mas não gostam. Pena que , neste caso, não se possa fazer nada pra mudar.<br /><br />Foto by AdrianaAdriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-59292406557880510062010-12-22T00:07:00.000-08:002010-12-22T08:33:34.027-08:00Nada do Que foi Será<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB_HgIe6TfSppr52pACzd1f7NFHTAhJ3HS9m_HYVDpF2h-J49GPRhCHjZjNnaox7pf0rwV0L4UpDrYLIZ5IYgIQDJcRiZvDNrf5EMTLcZsMES8ddeMmxFsTtzokTIF5o1mCGHO/s1600/Marblehead+31+de+Julho+2010+375.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5553415374364375250" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB_HgIe6TfSppr52pACzd1f7NFHTAhJ3HS9m_HYVDpF2h-J49GPRhCHjZjNnaox7pf0rwV0L4UpDrYLIZ5IYgIQDJcRiZvDNrf5EMTLcZsMES8ddeMmxFsTtzokTIF5o1mCGHO/s400/Marblehead+31+de+Julho+2010+375.JPG" /></a><br /><br />Considerando que não sei ao certo até quando vou habitar este planeta, é possível até que eu já esteja na meia idade e não tenha dado conta. O fato é que algumas tarefas simples, realizadas com primor nos anos dourados, não vêm sendo praticadas com a mesma desenvoltura. Outras então, que deixei para depois, parecem que perderam a chance de serem incluídas como parte do meu currículo pessoal.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify">Sinceramente, não há qualquer resquício de frustração nesta constatação e tenho, inclusive, tirado vantagem do fato de me sentir completamente indisponível, quando não impossibilitada de manter um bom desempenho diante de tarefas antes corriqueiras. </div><div align="center"><br /><em><strong>Tudo que se vê não é<br />Igual ao que a gente viu há um segundo<br />Tudo muda o tempo todo no mundo</strong></em> </div><div align="justify"><br />Levantamento de caixas, por exemplo, é uma atividade que delego aos mais jovens sem delongas, desde que dei um jeito na região lombar enquanto organizava o porão para o Natal e fiquei duas semanas dormindo sobre um travesseiro de gelo. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Atravessar noites adentro, seja estudando, esperando os filhos voltarem pra casa ou me divertindo com os amigos e acordar no outro dia bem cedo pra cumprir alguma tarefa também já está fora de cogitação; a menos que tenha o direito de dormir a manhã inteira do dia seguinte, sem preocupação em fazer almoço ou reorganizar a casa antes das cinco da tarde. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Mastigar os comprimidos antes de engoli-los, a fim de evitar um engasgo, como fiz regularmente por algumas décadas, passou a ser evitado; o custo com o tratamento dos dentes, hoje mais fragilizados, se tornou inviável e, por que não dizer desnecessário; afinal, para que servem aquelas pecinhas com lâminas embutidas compradas em qualquer supermercado na América que partem os medicamentos uniformemente em quantas partes se queira?</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Trocar de bolsa poucos minutos antes de sair de casa passou a ser atividade proibida; sempre esqueço algo importante naquela que não foi eleita para ser pendurada no ombro quando faço a transferência de última hora. Ainda bem que os estilistas do momento repensaram a idéia de que bolsa tem que combinar com sapato, caso contrário aceitaria sem resistência entrar para a lista das 10 mais deselegantes, promovida pela imprensa local. A propósito, tarefa dificílima de ser executada em um país onde sair de pijama e pantufas é considerado ato pra lá de normal.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Senhas diferentes para cada site em que me cadastro na internet também não rola; mantenho a mesma que é pra não esquecer. Em se tratando de bancos e cartões de créditos até vai lá; escrevo em código as mesmas em meu livrinho de telefone (sim, eu me utilizo de um destes artigos obsoletos usados largamente no século passado para agendar os números) e o consulto sempre que preciso acessá-las. </div><div align="center"><br /><strong><em>Não adianta fugir<br />Nem mentir pra si mesmo </em></strong></div><div align="center"><strong><em></em></strong></div><strong><em><div align="justify"><br /></em></strong>Subir escadas correndo, tomar sol sem protetor, sair sem os óculos de leitura, comer pele de frango tostadinha, insistir em tocar a ponta dos pés quando sentada no chão de pernas abertas durante a ginástica, resolver de repente praticar um esporte radical, trocar pneu do carro, me cobrar em saber de cabeça a idade dos sobrinhos e afilhados que crescem com uma rapidez nunca vista, achar que as roupas que usava há anos atrás devem se manter no armário como prova de que não mudei quase nada, cair na tentação de me vestir de acordo com o último hit da moda quando este inclui as mini saias que deixam a mostra os joelhos enrugados, evitar um sorriso aberto pra não deixar que as ruguinhas perto dos olhos surjam saltitantes, discutir a relação, o sexo dos anjos, a origem do universo, provar quem está certo, disputar títulos acadêmicos, acender a fogueira das vaidades, passar mais do que 24 horas lamentando uma perda material ou amargando uma deslealdade vinda de um suposto amigo...são atividades a que não me permito mais. Sem direito a dor de consciência, autopunição ou mazelas do tipo. </div><div align="center"><br /><strong><em>Agora </em></strong><strong><em><br />Há tanta vida lá fora, aqui dentro </em></strong></div><div align="center"><strong><em></em></strong></div><strong><em><div align="justify"><br /></em></strong>Afinal, além de me poupar de uma série de constrangimentos, sobra mais tempo pra fazer aquilo que gosto, de estar com quem me faz feliz e que cabe exatamente no tamanho de minhas pretensões.</div><div align="justify"></div><div align="center"><br /><strong><em>Tudo passa, tudo sempre passará. </em></strong></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-58426081730931860362010-12-04T20:00:00.000-08:002010-12-05T11:45:47.164-08:00Are you Smarter than your Smart Phone? Você é mais Inteligente que seu Telefone Inteligente?<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaQzahv1Z_1Apl3UdwcAB-M9j3Jnc-vfvOq0gaau3_NUcuhQ0MnB8HsC92mf1PyycqflqJGyOhN9Ktt0mi1FAteZURVqB_7aojnS4WKidQDH9KW87MMQJL1mxdvGa5x7Ds-HYY/s1600/smart+phone.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 433px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5539996830640607154" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaQzahv1Z_1Apl3UdwcAB-M9j3Jnc-vfvOq0gaau3_NUcuhQ0MnB8HsC92mf1PyycqflqJGyOhN9Ktt0mi1FAteZURVqB_7aojnS4WKidQDH9KW87MMQJL1mxdvGa5x7Ds-HYY/s400/smart+phone.JPG" /></a><span style="font-size:130%;color:#666666;"> </span><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#666666;"><strong><em>Bem que resisti à idéia de trocar meu celular. Simplezinho, atendia a todas as minhas necessidades, afinal sou do tempo em que telefone se prestava meramente a mediar conversas entre as pessoas. E olha que isso já foi tarefa nada fácil. Entre ruídos costumeiros e linhas cruzadas, as conversas telefônicas de outrora exigiam, no mínimo, paciência. Ligações interurbanas então, levavam horas para serem completadas. Primeiro você tinha que ligar para uma central onde uma telefonista anotava o número desejado e com quem você queria falar para fazer a ligação. Depois ligava de volta pra você e o colocava em contato com o interlocutor. Considerando que o mesmo poderia estar ausente ou ocupado, às vezes a gente até esquecia que estava esperando um retorno e, ligação feita, nem lembrava mais o que tinha pra falar com o sujeito. Avanço tecnológico no passado já atendeu pelo nome de DDD, Discagem Direta à Distância.<br /><br />Depois disso, novidade era comprar telefones que não fossem os pretos básicos e pesados e mais tarde os beges e até vermelhos, todos, vistos de hoje, na minha opinião, um charme. Quem viajava pro exterior, pro vizinho Paraguai que fosse, trazia na certa um exemplar engraçadinho de telefones fora do padrão, estes nem sempre eficientes na arte de se fazer ouvir. No final acabavam mesmo como decoração na cabeceira do quarto.<br /><br />Pouco a pouco os telefones com disco foram substituídos pelos de tecla, embora ambos tenham atravessado décadas juntos. Vamos combinar que o barulhinho do disco girando e voltando ao ponto inicial , número a número, era irresistível.<br /><br />Mas chique mesmo passou a ser possuir um telefone sem fio e andar pela casa desfiando conversas intermináveis, tomando o cuidado de evitar algum cômodo onde o mesmo não funcionava bem; a gente nem sabia, mas já estava ensaiando para aturar o incoveniente fato de estarmos quase sempre</em></strong></span><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#666666;"><strong><em> "fora da área de cobertura" tempos mais tarde. As mesinhas com cadeirinha de lado, concebidas para portar o telefone, o catálogo, o livrinho de endereços e o bloco de papel de anotações com uma canetinha do lado viraram peça de museu. Mas durante algum tempo, a tal mesinha e os primeiros celulares chegaram a flertar. Devido ao tamanho e às limitações dos primeiros exemplares, na primeira chance, corria-se para casa em busca da antiguidade, onde repousava um também avantajado carregador que garantia mais algumas poucas horas de papo.<br /><br />Hoje, depois de quinze anos enfrentando áreas de coberturas descobertas, números de barras (in)disponíveis, aparelhos que cabem na palma da mão e se perdem nos vãos das bolsas, clones de câmeras fotográficas aos montes em shows ao vivo, exercícios de flexão em locais improváveis em busca de conexão, ringtones de gosto duvidoso tocando em momentos nada apropriados, alunos ávidos teclando embaixo da carteira enquanto fingiam prestar atenção à minha aula duramente planejada...vejo que ainda não vi nada. Pelo menos nada igual ao que meu smart phone promete. Sim, ele calcula, desperta, dispõe de mais de mil músicas de minha preferência, faz anotações, grava, filma, tira fotografias de qualidade bem razoável, orienta com precisão aonde vc está e como chegar ao destino desejado, sugere eventos, indica restaurantes e lojas, teatros e atrações locais, dá acesso à internet, oferece jogos diversos, informa a temperatura e o dia da semana, a cotação do dólar, o índice dow jones, se faz alvo incansável de torpedos, e, ainda por cima, faz ligações. Imbatível, ele vibra intensamente.<br /><br />Se você não tem tempo de voltar para os bancos escolares e/ou o parceiro não é uma Brastemp, tenta um IPhone; eu recomendo.</em></strong></span></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-38725371457161328632010-11-18T13:34:00.000-08:002010-11-18T19:16:31.811-08:00Brincadeira de Criança é Coisa Séria<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPhga6UFy3lnl8qYv-m18JbbJPSo5XFTD0iqvhOoSoQXje8Jwg6BORVtbVA2Cumtsz13m9Sv9uj8RIMdQoOfJr5vkKOOc8CwqciDgo-LdXjgkUZHPJnnVHE2QVxRqJcB6ftpJH/s1600/puzzle.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541006383637309170" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPhga6UFy3lnl8qYv-m18JbbJPSo5XFTD0iqvhOoSoQXje8Jwg6BORVtbVA2Cumtsz13m9Sv9uj8RIMdQoOfJr5vkKOOc8CwqciDgo-LdXjgkUZHPJnnVHE2QVxRqJcB6ftpJH/s400/puzzle.JPG" /></a><span style="font-family:lucida grande;"> <span style="font-size:130%;">A pergunta veio rápida e me tirou de um momento profundo de concentração em meio às peças de um quebra-cabeças que jazia sobre a mesa:<br /><br />- How old are you?<br /><br />Em tradução literal, do inglês para português, a questão soa como "quão velha é você?". Não foi difícil responder. Até então, beirando os 50, a meia idade parecia bem-vinda. Tenho evitado conflitos com o tempo; talvez porque não acredite em milagres.<br /><br />Respondi ao meu pequeno interlocutor e parceiro na montagem do quebra-cabeças que, sendo ele americano, chamava de puzzle:<br /><br />- 47.<br /><br />Após um interminável silêncio de 10 segundos, acompanhado de um olhar bastante indignado, vindo de um garotinho de 5 anos que havia gentilmente aceitado ficar quatro dias sob meus cuidados, não resisti à réplica<br /><br />-Por quê?<br /><br />Ele respirou fundo antes de responder, aparentando impaciência. Didaticamente, apontou para a caixa do jogo onde estava indicada a idade sugerida pelo fabricante para os supostos interessados em juntar aquelas peças: 5 a 8 anos. Devo ter ficado vermelha, caso contrário ele não teria murmurado de forma condescendente:<br /><br />-It's ok. Go ahead.<br /><br />Nem sei mais quantas peças coloquei depois disso. Meu senso de autoproteção insistia em me convencer de que, quando perguntou minha idade, o esperto garotinho não esperava por quase 40 anos a mais da idade limite ali determinada...quem sabe aos seus olhos eu parecia mais jovem? Foi quando o meu senso do ridículo gritou retumbante:<br /><br /><strong>-Touché!</strong></span></span><span style="font-size:130%;"><br /><strong></strong><br /><strong></strong></span><br /><strong></strong>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-75495455639888665082010-11-15T10:56:00.000-08:002010-11-18T13:34:02.301-08:00Passarinhando<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 396px; DISPLAY: block; HEIGHT: 303px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5539860542966069794" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM2y73x2_h8UzBW49HZr0TQAhdSqF9Yvd4SEpvjNgqBKLZF3JZ2dgH9Ba-3d6_691r33YUFzu0H0h68NCfpuuhNfCdbHypuJ-LkxvC0XWi_kXhxr1R3-FPXe-zTxQfOBfd4g-t/s400/PB135414.JPG" /> Não sei ao certo quando me tornei caçadora de passarinhos, nem tampouco porque as aves azuis me atraem especialmente.<br /><br /><div><div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 390px; DISPLAY: block; HEIGHT: 314px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5539854419217566978" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSsALGcBd-VtseYFjEbPteb1bVpT6JLWlP0aE24otTUZAK-SSf-YhfLbRRT_HzT4RBN5HwTvNGKExgaDTEJ_rdVzGJzwL9AvOCixmES512scqeyVfrmdmMUb4fWnEkO5SAaqjp/s400/PB135423.JPG" /> </div>Desprovida de estilingues, carabinas ou armadilhas, avessa às gaiolas, me atiro em busca pelos parques, à espreita, para que nao se intimidem com a minha presença.<br /><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 382px; DISPLAY: block; HEIGHT: 308px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5539864243340545826" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZsgbmbtE8VuP0Eu45NPkhWlDG_-wsJkBCz_POWxlp2XLYHYIcz5i_KDkJtiumVt2DkoO89iwWwjrg_tB84OnsanSaZdogwUOK8_QsNfcICgzKPA67DQog-qi2l2LiXo7PYxyw/s400/PB135369.JPG" /><br />Tudo em vão. Se tem uma coisa que os pássaros reconhecem de longe é gente que sonha em ter asas.<br /><br /><br /><br /><div></div></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21618808.post-42847385934203866942010-11-09T10:36:00.000-08:002010-11-09T17:14:02.026-08:00Profecia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlIjd0WmqHS8sPL54o6i11PcnbPOJ5F6V2713hSvWMQUk7nDuNRkzxqBih1JXAm9krKQvUQhNRBtfdc0jdKUk2RX2mHQg3ASjujH1L-8w296mFIbmSJfj7q2yWA7IlFGc9jrSs/s1600/LIPE.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5537622416888649842" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlIjd0WmqHS8sPL54o6i11PcnbPOJ5F6V2713hSvWMQUk7nDuNRkzxqBih1JXAm9krKQvUQhNRBtfdc0jdKUk2RX2mHQg3ASjujH1L-8w296mFIbmSJfj7q2yWA7IlFGc9jrSs/s400/LIPE.jpg" /></a><br /><span style="font-family:verdana;">Já faz muito tempo que me emocionei ao receber um azulejo pintado das mãos do filhote, em um Dia das Maes comemorado na escola. Quem tem filho em idade escolar sabe que estes dias são planejados cuidadosamente para render lágrimas, abraços, beijinhos e até saudades de um tempo que nem passou...ainda.<br /><br />Seja você do tipo durona ou manteiga derretida, não importa; nem que seja uma lagrimazinha vai acabar soltando enquanto procura seu filho em meio a umas duas dúzias de crianças e de professoras saltitantes, balançando cartazes, se movimentando desajeitado, buscando entonar a musiquinha às vezes de gosto duvidoso. E, mesmo assim, você chora comovida.<br /><br /></span><div></div><div><span style="font-family:verdana;">O azulejo trazia uma frase escrita em letra cursiva cuidadosamente traçada " Mamãe eu te amo muito. Filipe" suficiente pra fazer brotar um sorriso. Nem me detive ao desenho, caso contrário teria chorado mais um pouquinho, porque mania de antecipar o futuro é coisa que toda mãe tem .<br /><br />Ontem, mexendo nas caixas de lembranças, reencontrei o tal presentinho e , desta vez, foi o desenho que me chamou a atenção. Lá estava ele, Filipe, em pleno voo, protegido por um para-quedas, não sei ao certo se partindo ou chegando. E pude reconhecer a mim mesma, ao longe, em frente de casa, respondendo ao aceno. Com licença pela livre interpretação, diria que intimamente feliz. Porque durante esse tempo em que o azulejo ficou escondido na memória, aprendi a admirar a iniciativa dos que se lançam em busca de seus sonhos, estejam eles aonde estiverem.<br /><br />Vinte e dois anos depois que o coloquei em meus braços pela primeira vez, e outros tantos depois da profecia em forma de arte, posso dizer, não sem evitar mais algumas lágrimas daquelas que fluem fácil, que tenho muito orgulho do filho sensível, dedicado, generoso e cheio de talento que, entre idas e vindas, sempre me encanta. Que este seja, portanto, mais um feliz aniversario! </span></div>Adriana Horta Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/07613799850058056067noreply@blogger.com5