Eles eram quatro e eram irmãos.
Dois e dois.
Quatro também eram seus pais.
Dois e dois.
Os meninos nasceram no mesmo ano.
As meninas chegaram ao mundo no mesmo mês de anos consecutivos.
Decidiram, os quatro, que irmãos seriam, assim que seus destinos se cruzaram.
Nina, Dani, Matheus e Lipe.
Já não sei mais quem é irmão de quem.
Dizem que Nina é irmã de Lipe, porque trazem o mesmo tom de marrom sobre a pele, porque não choram nas despedidas, porque são determinados em seus objetivos e não se distraem com as armadilhas da emoção.
Dizem que Dani é irmã de Matheus porque ficam vermelhos quando tomam sol, derramam litros de lágrimas na hora de dizer adeus, porque são sensíveis aos assuntos do coração, porque pensam sempre nos outros antes de tomar uma decisão em causa própria.
Mas dizem também que Lipe e Matheus são irmãos porque adoram abraços e beijos e que lhes façam cosquinhas nas costas.
E que Dani e Nina são irmãs porque têm talentos artísticos que combinam entre si, uma toca , a outra dança e as duas cantam.
Porém, há quem diga que Dani e Lipe são irmãos porque se complementam, ela é a cigarra e ele é a formiga.
E que Nina e Matheus são irmãos porque juntos são imbatíveis, como a mistura da razão e da sensibilidade.
Eles são quatro. Tão iguais e tão diferentes.
Como convém aos verdadeiros irmãos.